
O Irão lançou, esta segunda-feira, seis mísseis contra bases norte-americanas no Qatar e no Irão. Foram ouvidas várias explosões em Doha, na capital, mas nenhum militar ficou ferido. Já o Qatar informa que não há militares feridos, fala numa "flagrante violação" e diz ter o "direito de responder diretamente" a Teerão.
A agência iraniana Tasmin diz que foi iniciada uma operação, denominada de "Anunciação da Vitória". Teerão garante que a operação não é contra o "vizinho amigo e irmão Qatar" e informou que foi usado o mesmo número de bombas que os Estados Unidos lançaram contra as instalações nucleares iranianas no fim de semana.
O Irão reivindicou o ataque contra a base de Al-Udeid no Qatar, uma das principais instalações militares norte-americanas no Médio Oriente e onde estão cerca de 10 mil soldados dos EUA. O anúncio foi feito na televisão estatal iraniana ao som de música marcial e acompanhado de uma legenda no ecrã:
"Uma resposta poderosa e bem-sucedida das forças armadas do Irão à agressão americana".
Segundo a agência Reuters, nenhum militar norte-americano ficou ferido ou morto durante o ataque, que foi feito com mísseis balísticos de curto e médio alcance.
A embaixada dos Estados Unidos no Qatar pediu aos americanos para procurarem abrigos e a permaneceram lá até novas instruções.
Este ataque surge em retaliação ao ataque norte-americano, realizado na madrugada de domingo, aos locais nucleares iranianos.
Anteriormente, a agência norte-americana já tinha informado que o Irão estava a posicionar-se para disparar mísseis contra as bases dos Estados Unidos.
Qatar diz ter o direito de responder diretamente
O Qatar considera o ataque iraniano uma "flagrante violação" da sua soberania e alega ter o direito, em conformidade com o direito internacional, de "responder diretamente" ao Irão.
De acordo com a agência de notícias AFP, o Qatar diz que "intercetou com sucesso" mísseis iranianos que tinham como alvo uma base militar norte-americana.
De acordo com a agência Lusa, o Qatar alberga o quartel-general avançado do Comando Central dos Estados Unidos e a Base Aérea de Al-Udeid, construída em 1996, sendo a maior em termos de efetivos entre todas as que Washington utiliza na região.
A Embaixada norte-americana no Bahrein, país usado estrategicamente pela Quinta Frota e pelo Comando Central das Forças Navais da Marinha, ordenou que alguns funcionários trabalhem remotamente "devido ao aumento das tensões regionais", diz a agência de notícias portuguesa.
Espaço aéreo condicionado em vários países
O Qatar encerrou o espaço aéreo ainda antes do ataque do Irão, uma vez que já havia ameaças.
"As autoridades competentes anunciam a suspensão temporária do tráfego no espaço aéreo do país, como parte de uma série de medidas de precaução tomadas com base nos acontecimentos na região", disse em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, que acolhe a maior base norte-americana no Médio Oriente.
O Bahrein suspendeu temporariamente o tráfego aéreo.
A companhia aérea espanhola Ibera afastou também planos para retomar voos para Doha, após o ataque do Irão.
Síria em alerta máximo
A principal base dos Estados Unidos na Síria está em alerta máximo e mobilizada para um possível ataque do Irão, adianta a agência Reuters, que cita uma fonte de segurança síria.
A base é conhecida como Qasrak e é uma das duas bases da província de Hasakah, no nordeste do país, onde estão sediadas as tropas norte-americanas.
[Artigo atualizado pela última vez às 19:37]