O Presidente da República saudou esta sexta-feira a adesão de mais de 314 mil eleitores ao voto antecipado, considerando que é "um sinal muito, muito bom", e recusou falar do que fará após as eleições legislativas de domingo. "É um sinal muito positivo. Se corresponder ao que se vai passar agora dentro de dois dias, significa que temos uma adesão que pode ser muito acima do esperado, e eu considero isso um sinal muito, muito bom", afirmou, defendendo uma vez mais que é preciso "estabilidade num momento do mundo instável".

Em breves declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a notícia do Expresso de que "se prepara para um processo pós-eleitoral mais longo" e "não terá pressa em nomear o novo primeiro-ministro". O chefe de Estado respondeu que não iria "comentar nada" sobre o processo de formação do próximo governo, acrescentando: "O povo é quem mais ordena e o povo vai ordenar no domingo. Vamos esperar pelo domingo."

Marcelo Rebelo de Sousa não quis também comentar outra notícia do Expresso, de que quando terminar o mandato irá abdicar da reforma a que tem direito como ex-Presidente da República. "Essa [questão] só se vai colocar a partir do dia 9 de março do ano que vem e, portanto, neste momento, a grande prioridade para Portugal e para os portugueses é realmente, depois de uma campanha e de uma pré-campanha muito longas e com muitos debates, e depois de uma campanha eleitoral muito intensa, participarem, votarem no domingo", respondeu.

Mais de 314 mil eleitores dos 333.347 inscritos para o voto antecipado exerceram o seu direito no domingo, o que corresponde a uma afluência de 94,45%, segundo o balanço enviado à Lusa pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

Marcelo Rebelo de Sousa, que votou antecipadamente em mobilidade no domingo passado, no Algarve, disse que teve na altura a noção, "pelas filas e pelas notícias chegavam" de que "ia ser uma votação única". Interrogado se está confiante numa forte participação eleitoral no próximo domingo, respondeu: "Muito confiante, muito confiante, se for o que se verificou no voto antecipado."

O chefe de Estado associou a participação eleitoral à estabilidade, sustentando que "as pessoas estão empenhadas, que participaram, querem participar, querem votar" e que "nesse sentido, tudo o que seja participação e exercício de direito de voto é um contributo fundamental para a estabilidade num momento do mundo instável".

Quanto a soluções de governo, o Presidente da República entende que isso "realmente foi uma temática de campanha", mas não quis analisar o grau de esclarecimento por parte dos partidos: "Não comentei a campanha eleitoral, como é óbvio, no último dia, não vou abrir uma exceção." "Cada qual disse, de acordo com o seu ponto de vista, o que pensava. E agora é o povo quem mais ordena, o povo vai decidir o que quer", completou.