Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Trump afirmou que as despesas militares dos aliados da NATO ainda não são suficientes e ameaçou que não defenderá países que estiverem "em atraso" nas suas contribuições.

A cadeia televisiva norte-americana NBC noticiou hoje que Trump está a considerar alterações significativas à forma como os EUA participam na NATO.

Especificamente, o Presidente norte-americano considera ajustar o compromisso dos EUA com a aliança para favorecer os países que cumprem os compromissos de despesas de defesa, segundo a NBC, que citou três funcionários atuais e antigos e fontes do Congresso.

Nas suas declarações à imprensa, Trump não mencionou explicitamente estas possíveis alterações, mas reiterou a sua posição de que Washington não protegerá os países que não investem na sua segurança, o que poria em causa o compromisso de defesa coletiva da NATO.

A NATO estabeleceu como objetivo que cada membro deve gastar pelo menos 2% do seu PIB em defesa, uma meta que oito dos 32 países da NATO ainda não cumprem, caso de Portugal.

A invasão russa da Ucrânia, há três anos, levou os países do leste da Europa, Báltico e Escandinávia a aumentarem significativamente os seus investimentos em Defesa, nalguns casos assumindo metas de 3% ou 4% do PIB.

Trump recordou hoje que, durante o seu primeiro mandato (2017-2021), já tinha avisado os aliados de que os EUA não os defenderiam se não aumentassem as suas despesas com a defesa.  

Segundo o Presidente norte-americano, essa pressão levou a que "centenas de milhares de milhões de dólares" fossem investidos em Defesa por vários países.

No seu primeiro mandato e na atual campanha para as eleições de novembro, Trump questionou abertamente o princípio da defesa coletiva consagrado no artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, segundo o qual um ataque a um membro da NATO é considerado um ataque a toda a organização.

O único país a ter ativado a cláusula de defesa comum da NATO foram os próprios Estados Unidos, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

As declarações de Trump coincidiram com uma cimeira extraordinária da União Europeia em Bruxelas, para debater o apoio a Kiev na sequência da invasão russa de 24 de fevereiro de 2022 e o plano Rearmar a Europa, apresentado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Este plano prevê mobilizar 800 mil milhões de euros para investimento na defesa europeia.

 

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