No princípio de 1917, a Rússia era um estado autocrata, governado por um czar que acreditava exercer o poder por direito divino. Na frente leste, a grande guerra iniciada em 1914 provocara 2 milhões de mortos entre os soldados russos, escassez de bens alimentares, e uma inflação descontrolada

Apesar destes sinais, o regime estava incapaz de reformar-se. Em fevereiro de 1917, o czar foi forçado a abdicar na sequência de mais manifestações contra a guerra, a crise económica e social. Seguiu-se um governo provisório, que integrava liberais, socialistas revolucionários e mencheviques.

A incapacidade deste executivo para colocar um fim à guerra e iniciar reformas, abriu caminho para o protagonismo dos bolcheviques, então uma força política marginal. Em abril de 1917, Vladimir Lenine, lider bolchevique, regressou do exílio na Suíça com o auxílio dos alemães. Proclamou então três ideias fortes, que estariam na base da tomada do poder pelo seu partido, em outubro de 1917: fim da guerra com a Alemanha; todo o poder aos sovietes; e nenhuma cooperação com o governo provisório.

A 25 de outubro de 1917 (7 de novembro, no calendário juliano. então usado na Rússia), os bolcheviques assumiram o governo na sequência da tomada do Palácio de Inverno. Nos anos seguintes, impuseram o seu poder pela força, eliminando a oposição e estruturando um Estado, a URSS, formalmente baseado nos sovietes mas, na prática, centrado num partido único, o Partido Comunista da União Soviética.

SIC Notícias

Um diálogo descontraído em torno da História, dos seus maiores personagens e acontecimentos. 'A História repete-se' não é uma aula, mas quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros... São assim as boas conversas. Oiça aqui outros episódios: