A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia foi distinguida com a medalha de honra "Lótus de Ouro", tendo o Governo assinalado que os serviços prestados "são essenciais para a promoção do desenvolvimento" social e "na consolidação da relação amigável entre a China e Portugal".
"É uma honrosa distinção com profundo significado (...) não só é um reconhecimento da própria instituição, como é um reconhecimento do trabalho ao longo do tempo e da história, de 455 anos aqui, em Macau", afirmou à Lusa o provedor José de Freitas.
O responsável sublinhou as "raízes culturais e históricas em Macau" e a proximidade com Portugal: "tudo o que a Santa Casa de Macau faz espelha o que as Misericórdias portuguesas fazem".
Lembrou que a instituição foi pioneira no território no serviço de apoio à terceira idade, referindo ainda as duas creches, o centro para invisuais e vários projetos pontuais, como a loja social para distribuição de cabazes alimentares a famílias carenciadas. Em 2002, a Santa Casa recebeu a medalha de Mérito Altruístico.
O Governo de Macau distinguiu também com a medalha de honra "Lótus de Ouro"o advogado Leonel Alves.
A distinção é o "reconhecimento pelo contributo" dado "ao longo de 40 anos de atividade pública e mais incisivamente nos últimos cinco anos enquanto membro do Conselho Executivo, liderado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng", considerou.
"Foram cinco anos de trabalho relativamente duro por causa da covid e também porque foram cinco anos de levantamento das bases estruturantes de Macau para o futuro", disse o advogado, licenciado em Direito na Universidade Clássica de Lisboa, já galardoado pelo Governo da região administrativa especial chinesa com a medalha de Mérito Profissional em 2001 e com a medalha de honra "Lótus de Prata" em 2019.
"Preenchemos 25 anos de Lei Básica e temos outros tantos que exigem muito trabalho e portanto é o lançamento dessas bases estruturantes", salientou à Lusa o responsável, assinalando que "Macau é uma terra promissora".
Como presidente da Assembleia Geral da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Macau, Leonel Alves referiu também a distinção conferida à instituição "que soube ao longo dos últimos 25 anos marcar a sua presença no contexto social" do território.
A Região Administrativa Especial de Macau assinala a 20 de dezembro o 25.º aniversário da passagem do exercício da soberania de Portugal para a China, em 1999.
A "Lótus de Ouro" foi ainda atribuída ao Centro Hospitalar Conde de São Januário dos Serviços de Saúde do território, fundado pela administração portuguesa em 1874 e ampliado em 1989, e aos membros do Conselho Executivo Peter Lam e Chan Chak Mo.
A medalha de honra "Lótus de Prata", a terceira mais alta condecoração do território, foi atribuída à Associação Comercial de Macau e ao Banco Luso Internacional.
Juntamente com as medalhas de honra "Grande Lótus", este ano sem destinatário, e "Lótus de Ouro", a "Lótus de Prata" distingue indivíduos ou entidades pelo "contributo notável para a imagem e o bom nome" de Macau ou "pelo contributo, em qualquer domínio, de grande relevância para o desenvolvimento" do território, referiu o Governo em comunicado.
A medalha de Mérito Cultural foi atribuída ao advogado Miguel de Senna Fernandes, também dirigente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, da Associação dos Macaenses e vice-presidente do conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau.
Escritor e cronista, foi cofundador do Grupo de Teatro Doci Papiaçam di Macau, indicou o Governo.
A cerimónia de entrega das medalhas e títulos honoríficos a cerca de 30 personalidades, entidades e instituições decorre a 29 de novembro.
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