O ex-presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, será julgado por dois crimes de fraude fiscal, num processo relacionado com o Universo Espírito Santo, avançou esta segunda-feira o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

De acordo com a nota publicada pelo DCIAP, o Tribunal Central de Instrução Criminal "confirmou integralmente a acusação deduzida pelo Ministério Público" na passada sexta-feira.

Em causa estão dois crimes de fraude fiscal qualificada, um dos crimes praticados em coautoria com o seu primo Manuel Espírito Santo, também arguido neste processo.

Estado terá sido lesado em mais de cinco milhões de euros

A investigação do Ministério Público, feita em conjunto com a Polícia Judiciária e com a Unidade dos Grandes Contribuintes, concluiu que Ricardo Salgado e Manuel Espírito Santo terão lesado o Estado português em quase 5,5 milhões de euros.

Este valor terá sido, segundo a acusação do Ministério Público, recebido por Ricardo Salgado e por Manuel Espírito Santo através do conhecido "saco azul" do Grupo Espírito Santo e não terá sido declarado.

A acusação foi deduzida em janeiro de 2024, tendo o Ministério Público referido na altura que as suspeitas estão relacionadas com a atribuição de honorários, através de entidades não residentes pertencentes ao Grupo Espírito Santo.

Este processo decorre de uma certidão extraída da acusação de 2020, relativamente ao processo principal sobre o BES e o GES, cujo julgamento começou no ano passado e está ainda em curso.