![Rei da Jordânia aceita acolher 2.000 crianças gravemente doentes de Gaza após reunião com Donald Trump](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
O rei da Jordânia declarou, esta terça-feira, estar pronto para receber 2.000 crianças gravemente doentes de Gaza, numa reunião em Washington com o Presidente norte-americano, que queria que o reino haxemita e o Egito acolhessem a população daquele território palestiniano.
"É um gesto bonito", aprovou Donald Trump, sentado ao lado do seu convidado, Abdullah II, e do príncipe herdeiro, Hussein, na Sala Oval da Casa Branca.
O plano de Trump para a Faixa de Gaza, a saber, esvaziar o território dos seus habitantes para o transformar numa vasta zona de desenvolvimento imobiliário sob o controlo dos Estados Unidos, desencadeou uma onda de indignação internacional.
O monarca jordano anunciou também que o Egito está a elaborar um plano de cooperação com Donald Trump e que tal projeto será discutido na Arábia Saudita.
"Vamos aguardar até que os egípcios possam apresentar" esse plano ao chefe de Estado norte-americano, afirmou.
Trump, que chegou a mencionar a suspensão da ajuda dos Estados Unidos à Jordânia caso esta não acolhesse os palestinianos deslocados, adotou esta terça-feira um tom mais conciliador, afirmando que não era necessário "ameaçar" o país: "Penso que já ultrapassámos essa fase".
O multimilionário de 78 anos, antigo promotor imobiliário, também respondeu "não", quando um jornalista lhe perguntou se tencionava participar a título particular no projeto que está a elaborar para a Faixa de Gaza.
Cessar-fogo em Gaza em risco
A reunião desta terça-feira decorreu numa altura em que o cessar-fogo em Gaza está fragilizado, depois de Trump ter, na segunda-feira, exigido que o movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder naquele enclave palestiniano, liberte os reféns israelitas, o mais tardar no sábado,sob pena de ali se desencadear "um verdadeiro inferno" se não o fizer.
"Acho que não vão cumprir o prazo", disse Trump sobre o Hamas, esta terça-feira.
A Jordânia é um aliado fundamental dos Estados Unidos no Médio Oriente, mas Abdullah II rejeitou na semana passada "qualquer tentativa" de tomada de controlo dos territórios palestinianos ou de deslocação permanente dos seus habitantes.
Donald Trump quer reconstruir este território devastado pela guerra e transformá-lo na "Côte d'Azur do Médio Oriente", depois de retirar de lá definitivamente os palestinianos.
O Presidente norte-americano instou em particular a Jordânia e o Egito a acolherem os mais de dois milhões de habitantes de Gaza que seriam deslocados.
Os países árabes rejeitaram firmemente a proposta, insistindo na solução da coexistência pacífica de dois Estados, um Estado palestiniano independente ao lado de Israel.
Presidente do Egipto vai à Casa Branca
No final desta semana, será a vez de o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, visitar a Casa Branca, após ter apelado para que Gaza seja reconstruída "sem deslocar os palestinianos".
O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty, também se reuniu na segunda-feira com o homólogo norte-americano, Marco Rubio, em Washington. O Cairo emitiu posteriormente um comunicado rejeitando "qualquer compromisso" que atente contra os direitos dos palestinianos.
- Com Lusa