Mais de 300 pessoas foram, este ano, executadas na Arábia Saudita, um número classificado como um recorde histórico, segundo um levantamento atualizado pela agência noticiosa francesa AFP, na sequência de anúncios do Ministério do Interior saudita.

Quatropessoas, condenadas por crimes comuns, foram executadas, anunciou o ministério saudita, elevando o número de execuções para 303 desde o início do ano, indicou a AFP.

Em 2023, a Arábia Saudita executou 170 pessoas, segundo a organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional, que contabiliza as execuções no reino saudita desde 1990.

Esta monarquia do Golfo, rica em petróleo e que segue uma aplicação rigorosa da lei islâmica, foi um dos países que mais executou condenados à penal capital em 2023, depois da China e do Irão, segundo a mesma fonte.

Anteriormente, o número recorde de execuções num só ano no país era de 196 em 2022 e de 192 em 1995, segundo a Amnistia.

Taha al-Hajji, diretor jurídico da Organização Saudita-Europeia para os Direitos Humanos (ESOHR, na sigla em inglês), com sede em Berlim, classificou as execuções de 2024 como "incompreensíveis e inexplicáveis", condenando a "velocidade" com que foram realizadas.

Ativistas dos direitos humanos já tinham alertado que a Arábia Saudita poderia ultrapassar as 300 execuções este ano, a um ritmo de quase uma por dia.