O nome do novo governador do Banco de Portugal deverá ser conhecido esta quinta-feira, após a reunião do Conselho de Ministros em que o Governo decidirá o sucessor de Mário Centeno.

O mandato do governador dura cinco anos, até julho de 2030.

Mário Centeno já se mostrou disponível para continuar à frente do banco central, mas não é certo que o ex-ministro das Finanças seja reconduzido.

No domingo, questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro sublinhou que "o perfil do governador do Banco de Portugal não muda com o tempo", devendo ser "uma pessoa competente, uma pessoa que garanta tudo aquilo que é o cumprimento das funções de um banco central, naquilo que é a arquitetura que hoje à escala europeia também está definida".

Ministro das Finanças pede auditoria à IGF sobre nova sede do Banco de Portugal

Ao longo do mandato, foram vários os momentos de tensão entre o governador e o Governo, e, a dias da escolha do novo nome, o executivo decidiu pedir uma auditoria à Inspeção Geral de Finanças (IGF) sobre o processo de construção do novo edifício do Banco de Portugal na cidade de Lisboa.

A decisão surgiu depois do Observador ter noticiado que o valor das futuras instalações nos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos, será superior aos 191,99 milhões de euros consagrados no contrato de compra e venda, celebrado em maio entre o Banco de Portugal e a Fidelidade. O valor ali definido refere-se apenas às obras estruturais, estimando o jornal que o custo total possa subir para 235 milhões de euros.

Centeno foi escolhido pelo Governo de António Costa

Centeno é governador desde 20 de julho de 2020, por escolha do Governo de António Costa, depois de ter sido ministro das Finanças em dois executivos do PS, no XXI Governo Constitucional (2015-2019) e no XXII Governo Constitucional (2019-2020).

Formalmente, o mandato de Mário Centeno terminou no domingo, mas até à designação oficial do novo governador mantém-se em funções. O responsável do banco central é indicado pelo Governo, mas antes de assumir funções terá de passar pela Assembleia da República para uma audição.

Como as comissões parlamentares apenas funcionam até sexta-feira, dia 25 de julho, esse processo só deverá acontecer em setembro, quando os trabalhos parlamentares forem retomados.

Com Lusa