Filha de psicólogos, com duas irmãs e dois irmãos (um deles seu gémeo) e a poucos dias de completar 26 anos, Mikaela “Mikey” Madison juntou-se à lista de vencedoras do Óscar de Melhor Atriz pelo seu papel no também galardoado filme “Anora”. Do hipismo ao Olimpo da representação, a jovem artista que encantou o realizador Sean Baker já contracenou com alguns dos principais nomes de Hollywood.

Apesar da tenra idade, experiência é algo que não lhe falta. A norte-americana nascida em Los Angeles ingressou no universo da representação aos 14 anos com participações em diversas curtas-metragens.

Anora, um conto de fadas que retrata a realidade do trabalho sexual

Em 2015, altura em que decidiu parar dedividir o tempo entre o grande ecrã e o hipismo, uma atividade com longa tradição na sua família, participou pela primeira vez numa longa-metragem (“Liza, Liza: Skies Are Grey”) e logo como protagonista.

A introdução à representação

A partir daí, a carreira da jovem atriz descolou, tendo somado participações em filmes como “Nostalgia" e “Monster” antes de ingressar na série “Imposters”.

Essa participação, entre 2016 e 2022, catapultou o nome da jovem para a ribalta. Mikey Madison disse mesmo, em entrevista à revista The Cut, que esse papel foi a sua introdução à representação”.

Em 2019, ao lado de alguns notáveis, nomeadamente DiCaprio e Brad Pitt, Mikey abraçou o papel de Susan Atkins no filme “Once Upon a Time...in Hollywood”, de Quentin Tarantino.

Nesta consagrada comédia dramática, a sua personagem integrava o culto de Charles Manson.

Em 2022, fez parte do elenco do ‘thriller’ “Scream” e juntou-se à série da Max “Better Things”, que estava no ar desde 2016.

Antes de fazer parte do filme que viria a valer-lhe o prémio mais ambicionado da sétima arte, Mikey Madison ainda participou na longa-metragem “All Souls”, em 2023.

Mikey Madion (2.ª a contar da esquerda) numa conferência de imprensa sobre a série
Mikey Madion (2.ª a contar da esquerda) numa conferência de imprensa sobre a série Richard Shotwell

O convite de Sean Baker

Atuações como a que desempenhou em “OnceUpon a Time... in Hollywood” foram suficientes para o realizador Sean Baker ficar convencido e convidar a atriz para “Anora”, que não precisou sequer de ser submetida a uma audição.

“Disse sim mesmo antes de ler o guião . Eu sabia que tudo o que ele criasse seria algo de que eu gostaria de fazer parte ”, revelou à The Cut.

A produção mais galardoada da noite de entrega dos Óscares - incluindo “Melhor Filme” - retrata a vida de uma ‘stripper’ que vive em Nova Iorque e que vê a sua vida mudar radicalmente quando conhece o filho de um oligarca russo.

Falar russo e conviver com profissionais do sexo

Para o filme, Mikey desenvolveu a sua capacidade de falar russo, uma língua que não desconhecia totalmente já que uma das avós, nascida na Lituânia, falava a língua.

Para aprofundar a sua relação com a personagem “Ani” também contactou com profissionais do sexo, teve aulas de dança e assistiu a inúmeros documentários sobre o universo da prostituição, revelou a atriz na mesma entrevista.

Após receber o Óscar de Melhor Atriz, a norte-americana destacou a importância do trabalho de preparação que executou:

Mudou a minha vida de muitas formas, não só pelo que está a acontecer agora, mas pela experiência de trabalhar com o Sean Baker e de conhecer tanta gente incrível na comunidade de trabalhadores do sexo, que foi uma parte maravilhosa disto . "

Mikey Madison após receber o Óscar de
Mikey Madison após receber o Óscar de Carlos Barria

O próximo passo

Agora, a estrela de Hollywood em ascensão, a nona mais jovem de sempre a levar para casa a estatueta dourada de “Melhor Atriz”, garante não ter pressa de dar o próximo passo na carreira.

“Acho que estou a pensar muito bem no próximo trabalho que vou escolher por muitas razões diferentes. Agora sei quem sou como ator e artista. Sei como me quero sentir a fazer um filme. Tive a sorte de ter todos os trabalhos que tive, mas quero sentir - nem que seja só um bocadinho - como me senti a fazer o filme do Sean no meu próximo. Por isso, é importante para mim estar apaixonada pela personagem. É um trabalho emocional que estou a fazer e, por isso, estou à espera de algo que fale realmente comigo. É nisso que tenho estado a pensar e, neste momento, ainda estou à espera disso”, revelou ao portal Dazed , citado pelo New York Post.

À The Cut garantiu que pretende também focar-se em projetos criativos de autoria própria, em parceria com o irmão gémeo.