
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que "quanto mais baixo for o valor das tarifas" acordadas entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE), "melhor", esperando também um acordo rápido que evite "destruição económica".
"É difícil [falar em percentagens para tais tarifas pois] há muitas variáveis em jogo, há muitos bens a serem analisados. Não há assim um número, mas quanto mais baixo puder ser o valor das tarifas, melhor, porque elas não são um bom instrumento de política económica", disse Joaquim Miranda Sarmento.
Falando na chegada à reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, a dois dias do prazo definido informalmente pelos Estados Unidos como data-limite para concluir um acordo comercial com o bloco comunitário para evitar a aplicação de tarifas punitivas de 20% a 50% sobre produtos europeus, o governante indicou que tal consenso "deve ser rápido".
"Deve procurar ter o valor mais baixo possível, com o mínimo de tarifas, [porque] como eu tenho dito aqui várias vezes, as tarifas são má política económica, destroem valor, prejudicam os consumidores e portanto veremos se quarta-feira é ou não possível chegar a esse acordo", acrescentou.
Joaquim Miranda Sarmento adiantou ter esperança "num acordo".
"Veremos o que é que as negociações produzem e depois teremos que atuar em função daquilo que foi possível negociar", concluiu nestas declarações aos jornalistas portugueses.
As tensões comerciais entre Bruxelas e Washington devem-se aos anúncios do Presidente Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% a 50% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.
A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal.
Bruxelas quer conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.
Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse, em janeiro passado.
Segundo a Comissão Europeia, está em causa uma taxa média de direitos aduaneiros dos Estados Unidos mais elevada do que na década de 1930.
A UE e os Estados Unidos têm o maior volume de comércio entre parceiros, de 1,5 biliões de euros.