
O Kremlin divulgou esta noite a lista dos nomes que vão integrar a delegação russa que vai à Turquia negociar com a Ucrânia, da qual não consta Vladimir Putin.
O Presidente russo tinha sido convidado por Zelensky a estar presente para negociar cara a cara e até Donald Trump chegou a mencionar a "possibilidade" de se deslocar à Turquia se o Presidente russo participasse. Possibilidade essa que foi, agora, rejeitada.
Trump também não estará presente nas negociações, informou um oficial norte-americano depois de conhecida a posição russa.
A delegação russa que vai a Istambul
A comitiva vai ser liderada por Vladimir Medinsky, assessor de Putin, que liderou as anteriores rondas de negociações - todas sem sucesso - no início de 2022.
Para além de Medinsky, fazem parte desta delegação o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Mikhail Galuzin, o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin, e Igor Kostyukov, chefe da agência de inteligência militar da Rússia (GRU).
A lista inclui ainda um grupo de consultores especializados, incluindo altos funcionários dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, e da administração presidencial.
Kiev, os seus aliados europeus e Washington querem um cessar-fogo total e incondicional de 30 dias antes de qualquer negociação.
No sábado, Putin "não excluiu" a possibilidade de uma trégua ser discutida nas conversações, mas sublinhou que essas discussões deveriam centrar-se nas "causas profundas do conflito".
Antes disso, Moscovo tinha-se mostrado relutante em aceitar um cessar-fogo prolongado, por considerar que permitiria a Kiev fortalecer-se, recebendo armas ocidentais, enquanto o exército russo tem a vantagem na linha da frente.
Desde o início da invasão, o Kremlin tem mantido as suas exigências maximalistas: a "desmilitarização" da Ucrânia, o que equivaleria à sua rendição, e a sua renúncia a aderir à NATO.
A Rússia reivindica também a anexação de quatro regiões do sul e do leste da Ucrânia que controla parcialmente, bem como a península da Crimeia, anexada em 2014.
Estas exigências são inaceitáveis para Kiev, que há meses que pede "garantias de segurança" sólidas, através da adesão à NATO ou do envio de um contingente militar internacional, para dissuadir Moscovo de uma nova invasão.
[Em atualização]