O suspeito de matar um jovem de 19 anos, numa rixa à porta do Bar Académico, em Braga, vai ficar em prisão preventiva. Mateus Marley Machado, de 27 anos, prestou declarações no tribunal de Vila Nova de Famalicão, e manteve a versão de que não foi o autor do crime, ao contrário do que dizem testemunhas presentes no local do crime.

Depois de ter sido presente a tribunal este sábado, o juiz de instrução criminal decretou a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, devido ao perigo de fuga. Mateus Machado tinha sido detido pela PJ numa zona isolada de Castelo Branco, onde se preparava para fugir de Portugal. Trata-se de um cidadão brasileiro de 27 anos, que já tinha cadastro nos Estados Unidos, onde cumpriu pena de prisão por assaltos à mão armada. A sua autorização de residência em Portugal, onde estava desde 2023, tinha sido rejeitada pela AIMA, que se preparava para o expulsar do país.

Segundo a SIC Notícias, a defesa vai recorrer da medida de coação, alegando que os testemunhos podem não ser viáveis, uma vez que as pessoas presentes no momento do crime estariam alcoolizadas e sob efeito de drogas.

Falando este sábado aos jornalistas à chegada ao tribunal de Vila Nova de Famalicão, o advogado de Mateus Marley Machado saiu em defesa do suspeito, afirmando que este não só não conhecia o jovem Manuel Gonçalves, "Manu", como não se envolveu nos desacatos. Mais: terá sido um boato no TikTok que o identificou como suspeito do crime.

"Ele não fazia parte de nenhum grupo, foi para o carro com amigos dessa festa de anos, não teve nada a ver com a confusão", começaria por dizer o advogado António Falé de Carvalho, em declarações captadas pela SIC e a RTP. Questionado sobre se Mateus não estava à porta do bar quando aconteceram as agressões, o advogado limitou-se a dizer que "passou por lá".

Para o advogado, contudo, tudo não passou de um "boato" que começou no TikTok. "Começou a haver muitas conversas no TikTok de que ele era o suspeito, foi um boato que se criou", disse, acreditando que as provas que chegaram, entretanto, ao tribunal vão ajudar a ilibar o cliente. "As provas já estão no processo, que está em segredo de justiça, o tribunal já as tem", continuou.

O tribunal já tem na sua posse a faca que foi a arma do crime, e que o advogado de defesa acredita que ajudará a inocentar Mateus Machado, quando for feita a análise ao ADN.

A Polícia Judiciária deteve o suspeito de matar o jovem "Manu", como era conhecido, na madrugada de sábado. O alegado autor do crime tem 27 anos, é de nacionalidade brasileira, e está indiciado por homicídio qualificado.

*Artigo atualizado com medida de coação aplicada