Segundo um comunicado difundido pela Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Zhao visita Portugal a convite de Aguiar Branco, o presidente da Assembleia da República.
O responsável chinês tem também previsto encontros com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Constitucionalmente, a Assembleia Popular Nacional é o "supremo órgão do poder de Estado na China" e o seu plenário anual decorre todos os anos, em março, durante dez dias, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.
Zhao Leji é oficialmente o número dois da hierarquia chinesa, a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presidente, Xi Jinping. O primeiro-ministro, Li Qiang, é o número três.
Os cerca de 3.000 delegados que compõem a APN, entre os quais uma representação das Forças Armadas, não são, porém, eleitos por sufrágio direto, e o "papel dirigente" do Partido Comunista Chinês (PCC) permanece como "um princípio cardial".
Entre os delegados está a elite política, líderes empresariais, tecnológicos, mediáticos e artísticos do país asiático.
Aos delegados cabe aprovar novas leis, nomeações políticas e relatórios de trabalho do governo que detalham o progresso de vários departamentos e ministérios. Eles também votam o orçamento para a Defesa ou a meta de crescimento económico, durante a sessão plenária, em março.
Mas os analistas consideram que a função da APN é sobretudo aprovar formalmente decisões feitas anteriormente pela elite do Partido Comunista e que o debate aberto é escasso.
A China tornou-se, na última década, o quarto maior investidor direto estrangeiro em Portugal. Empresas chinesas, estatais e privadas, detêm uma posição global avaliada em 11,2 mil milhões de euros na economia portuguesa, segundo o Banco de Portugal (BdP). Os investimentos abrangem as áreas da energia, banca, seguros ou saúde.
Em 2018, os dois países assinaram um memorando de entendimento sobre a iniciativa "Faixa e Rota", um megaprojeto de infraestruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência global através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.
Nos últimos anos, a ausência de visitas de altos funcionários do Governo português ao país asiático, que até à pandemia da covid-19 se realizavam com frequência quase mensal, sugere, no entanto, um distanciamento nas relações.
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