O presidente da Ucrânia já chegou a Ancara, na Turquia, onde vão decorrer as conversações de paz. Vai encontrar-se esta tarde com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, e só depois vão ser decididos os próximos passos nas negociações.

Numa primeira declaração aos jornalistas presentes no local, lamentou que a Rússia tenha enviado uma comitiva de segunda linha que descreveu como meramente "decorativa" e acusou o Kremlin de desvalorizar as negociações de paz.

"O nível da delegação russa não é conhecido oficialmente, mas, pelo que vemos, para ser mais a nível decorativo. Vamos pensar no que faremos a seguir, quais serão os nossos próximos passos depois das conversações com o Presidente Erdogan. Penso que teremos algumas horas para conversações importantes, para decisões muito importantes", disse Zelensky à chegada a Ancara.

Os pormenores do eventual encontro entre as delegações russa e ucraniana continuam por esclarecer, mas uma fonte diplomática russa disse à France Presse que as conversações russo-ucranianas vão decorrer esta quinta-feira à tarde, a pedido do governo de Ancara.

Putin não vai, mas envia comitiva

O presidente da Ucrânia desafiou Putin para um frente a frente em Istambul, uma sugestão que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, considerou "patética". Antes do encontro com o homólogo turco, Zelensky admitiu que uma ausência também significa uma resposta.

“Estou aqui. Penso que esta é uma mensagem muito clara", disse.

A proposta foi oficialmente rejeitada pelo Kremlin esta quinta-feira. Apesar da ausência, o Presidente da Rússia reuniu-se com oficiais de topo para discutir as negociações de paz.

Moscovo vai enviar à Turquia o assessor de Putin, Vladimir Medinsky, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Mikhail Galuzin, o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin, e Igor Kostyukov, chefe da agência de inteligência militar da Rússia (GRU).

Quem admitiu agora que pode deslocar-se à Turquia caso se verifiquem progressos nos contactos negociais entre a Rússia e a Ucrânia é Donald Trump que disse que “se alguma coisa acontecer, eu vou na sexta-feira”.

Anadolu

Estas conversações de paz acontecem mais de três anos depois da invasão russa. São as primeiras desde a primavera de 2022.