Após visitar a Academia Aga Kha na Matola, arredores de Maputo, Daniel Chapo considerou, em declarações aos jornalistas, tratar-se de uma unidade de "excelência", pedindo por isso a expansão e mais projetos deste nível.

"Estávamos já a conversar para também termos investimentos não só na área da educação, mas também na área da saúde. A área da saúde é extremamente importante para complementar a área social, e por aquilo que nós vimos, a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, através da Fundação Aga Khan, tem investimentos na área social, e achamos que é possível ter investimentos também na área da saúde", disse o chefe de Estado.

Acrescentou a disponibilidade para "continuar a conversar" com a Rede Aga Khan, para perceber se é possível "ter mais projetos de desenvolvimento deste género, não só em quantidade, mas também em qualidade".

"Na área da educação, da saúde, assistência social, e várias outras áreas importantes para o desenvolvimento do nosso país", apontou.

Sobre a Academia, defendeu tratar-se de um "investimento muito bem feito": "É uma experiência que vale a pena ser replicada, em termos de investimento para o país, mas também o ensino público pode aprender da experiência do ensino privado".

Um investimento que "vale a pena replicar em Moçambique, em várias regiões, em várias províncias", tendo em conta as necessidade do país de "educação de qualidade".

De acordo com dados de 2024, a AKDN trabalha em 30 países e coordena atualmente cerca de mil programas e instituições, sendo que os primeiros foram estabelecidos há um século.

Emprega presentemente 96.000 pessoas em todo o mundo, das quais 1.700 em Moçambique e destas 95% moçambicanos.

O orçamento anual mundial da AKDN para as atividades de desenvolvimento sem fins lucrativos ronda os mil milhões de dólares (915 milhões de euros).

Aga Khan, fundador e até então presidente da AKDN, líder dos muçulmanos xiitas ismailis, morreu em 04 de fevereiro deste ano, em Lisboa, aos 88 anos.

Os principais projetos da rede em Moçambique estão virados aos setores de educação, saúde, infraestruturas e indústria, operando sobretudo na província de Cabo Delgado e com um acordo de cooperação assinado em 1998, segundo informação anterior da instituição.

Entre os principais projetos destaca-se a empresa MozTex, um investimento da AKDN, que procura, há mais de 15 anos, revitalizar a indústria têxtil em Moçambique, um setor em que o país já foi o "gigante" na África austral.

No total, a Rede Aga Khan investiu mais de seis milhões de dólares (5,2 milhões de euros, no câmbio atual) para remontar a fábrica, mas o principal desafio esteve sempre ligado à mão de obra, que tinha de ser formada, tendo a empresa capacitado 1.300 funcionários.

Atualmente, já com presença no mercado internacional, a MozTex produz anualmente 5,8 milhões de peças de roupas, exportadas sobretudo para a África do Sul.

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