"Apelo à Comissão Europeia para que se abstenha de interferir em questões penais dos Estados-Membros", disse Orbán na rede social X.

Numa resposta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro húngaro afirmou que a Comissão não tem jurisdição sobre estes assuntos internos dos países da União Europeia (UE).

Na noite de quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Urusula Von der Leyen, apelou às autoridades húngaras que anulassem a proibição da marcha de Orgulho LGBT+, prevista para sábado em Budapeste, e retirassem quaisquer sanções contra os participantes.

A marcha do Orgulho LGBT+, ou "PRIDE" na capital húngara deve poder "realizar-se sem receio de sanções penais ou administrativas contra os organizadores ou os participantes", afirmou Von der Leyen na rede social X.

"À comunidade LGBTQI+ da Hungria e de outros países, serei sempre vossa aliada", acrescentou a presidente da Comissão.

Na sua resposta, Orbán acrescentou que a Comissão Europeia deve concentrar os seus esforços em desafios urgentes "para os quais tem papéis e responsabilidades claras", como a crise energética e a questão da competitividade europeia.

Em março e abril, o Governo de Orbán aprovou uma série de reformas legais e constitucionais para proibir a Marcha do Orgulho na capital húngara.

As pessoas que participarem em tais eventos, apesar das proibições, poderão ser multadas pela polícia, que também planeia utilizar sistemas de reconhecimento facial.

O presidente progressista da Câmara de Budapeste, Gergely Karácsony, anunciou que a capital húngara vai realizar o Desfile do Orgulho de Budapeste como parte do "Festival da Liberdade" e como um evento municipal.

Por se tratar de um evento municipal, a capital não é obrigada a registá-lo na polícia, logo, não pode ser proibido, argumentou o autarca, uma posição questionada pelo Governo central.

Os organizadores da marcha anunciaram a participação de dezenas de políticos estrangeiros, entre os quais quase 70 deputados europeus.

CSR // APN

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