O Hezbollah ameaçou, este domingo, Israel de mais ataques caso a ofensiva no Líbano continue. O comunicado do movimento xiita foi divulgado horas depois de um ataque, com drones de fabrico iraniano, a uma base militar perto de Haifa, que matou quatro soldados israelitas e deixou mais de 50 feridos, sete dos quais em estado grave.

"No domingo, um veículo aéreo não-tripulado lançado pela organização terrorista Hezbollah atingiu uma base militar adjacente a Binyamina [no distrito de Haifa]. Todos os feridos foram retirados para hospitais e as famílias notificadas. Quatro soldados das Forças de Defesa de Israel foram mortos no incidente e sete gravemente feridos", pode ler-se num comunicado publicado na conta do Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros na rede social X.

De acordo com o jornal Times of Israel, ambos os drones foram detetados pelos radares israelitas: um foi abatido ao largo da cidade costeira de Haifa, o outro desapareceu do radar e supôs-se que se tivesse despenhado, daí que não tenham sido acionadas as sirenes de alarme. Acabou por atingir 70 pessoas na base militar.

Segundo a agência Associated Press, é o ataque mais mortífero do Hezbollah desde que Israel lançou a sua ofensiva terrestre sobre o Líbano há quase duas semanas.

Amir Levy

Segundo informação inicialmente divulgada pelo serviço de emergência de Israel Magen David Adom (MDA), 67 pessoas ficaram feridas, das quais quatro em estado crítico, cinco em estado grave e 14 em estado moderado, enquanto os restantes apresentam ferimentos ligeiros.

Conflito agravou-se no início do mês

Há três semanas que Israel realiza uma intensa campanha de bombardeamentos contra o sul e o leste do Líbano, assim como contra a capital, Beirute, além de uma ofensiva terrestre.

Em quase um ano de confrontos transfronteiriços que provocaram a deslocação de dezenas de milhares de pessoas dos dois lados fronteira entre Israel e o Líbano, o exército israelita tem vindo a intensificar os seus ataques contra o Hezbollah.

O conflito agravou-se em 1 de outubro com a invasão terrestre do exército israelita no sul do Líbano - onde mantém atualmente quatro divisões -, acompanhada por uma intensificação dos bombardeamentos israelitas, que já provocaram mais de 2.200 mortos e 10.000 feridos, a maioria no mês de outubro.

Entretanto, vários soldados da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) ficaram feridos e os 'capacetes azuis' já denunciaram violações da "Linha Azul" na fronteira entre os dois países.

O Exército israelita assumiu que um dos seus tanques atingiu hoje um posto dos 'capacetes azuis' da ONU no Líbano.

Num comunicado hoje divulgado, a UNIFIL deu conta de que, apesar do uso de máscaras, 15 soldados sofreram irritações de pele e reações gastrointestinais após o fumo de vários disparos ter entrado no seu campo.

Com Lusa