Pedro Nuno Santos recorreu esta sexta-feira ao Instagram para se pronunciar sobre o acidente do Elevador da Glória que provocou, esta quarta-feira, 16 vítimas mortais. O ex-secretário-geral socialista recordou o caso 'Russiagate' lembrando que, na altura, Moedas defendia a demissão do então presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
Segundo o socialista, "Moedas é prisioneiro das suas próprias declarações em 2021, quando exigiu a demissão de Fernando Medina". Na altura, lembra, Moedas "dizia que era necessário um novo tipo de políticos, os que assumiam as suas responsabilidades, mesmo perante um 'erro técnico'". Em causa a polémica em torno do envio de dados pessoais de manifestantes a embaixadas estrangeiras, que ficou conhecido como o caso 'Russiagate'.
Na altura, Carlos Moedas era candidato do PSD à autarquia e dizia que a situação mostrava que Lisboa não tinha "um presidente da Câmara”, uma vez que as responsabilidades políticas ficaram por assumir. Posteriormente, recuava no pedido de demissão afirmando que "a quatro meses de autárquicas, aceitar um pedido de demissão e apresentar um processo de recandidatura é um número impróprio da confiança que os cidadão precisam.”
Para Pedro Nuno Santos, no que diz respeito à responsabilidade política a atribuir no acidente do Elevador da Glória, "não é preciso esperar por nenhuma investigação" para saber quem a tem e por isso é "inevitável", que o autarca tenha de assumir responsabilidades pelo que aconteceu.
Sobre as críticas à FECTRANS, o ex-secretário-geral do PS afirma que "este sindicato, entre as condolências aos familiares das vítimas, defendeu que se apurassem, o quanto antes, as causas do acidente, sem 'apontarem' antecipadamente a nenhuma empresa". No entanto, sublinha a irrazoável" exigência da empresa.
"Pedem, e bem, que se verifiquem, para além das causas imediatas, os efeitos da externalização da manutenção. O que há de irrazoável nesta exigência? A FECTRANS sempre foi contra a externalização da manutenção. A manutenção é mais eficaz quando beneficia do conhecimento acumulado, transmitido por sucessivas gerações de trabalhadores", afirma.
Pedro Nuno Santos recorda ainda a tentativa de privatização da CP pelo governo de Passos Coelho: "Felizmente não conseguiram. Nós, em finais de 2019, reintegramos a EMEF na CP e reforçámos a manutenção da CP com a contração de mais técnicos e com a reabertura das oficinas de Guifões. Não sabemos se este acidente teria sido evitado se não tivesse havido a externalização da manutenção, mas, como pede a FECTRANS, é necessária uma avaliação séria, numa área tão critica como é a da segurança".