"Para aqueles que propõem um mecanismo alternativo para a distribuição de ajuda, não percamos tempo: já temos um plano", disse Tom Fletcher, subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, em comunicado.

"O plano tem o apoio de uma coligação de doadores e da grande maioria da comunidade internacional. Está pronto para ser ativado - hoje -, se nos deixarem fazer o nosso trabalho", afirmou Fletcher, qualificando-o como um plano "neutro e independente".

Fletcher recordou que a ONU dispõe de pessoal, redes de distribuição, "a confiança das comunidades", 160 000 paletes de ajuda humanitária prontas a serem distribuídas e o apoio da "grande maioria da comunidade internacional".

"Já o fizemos antes. Podemos fazê-lo novamente", disse Fletcher, que insistiu que a ONU sabe como chegar às comunidades "em extrema necessidade" para "evitar a fome", com dignidade e sem demora.

"Já chega. Exigimos uma distribuição rápida, segura e sem entraves da ajuda aos civis necessitados", concluiu o coordenador da ajuda de emergência da ONU.

A declaração da ONU surge depois de um grupo privado dos Estados Unidos, a Gaza Humanitarian Foundation, ter anunciado que começará a operar em Gaza no final deste mês para distribuir ajuda humanitária, num plano controverso apoiado por Israel.

A organização é composta por antigos militares norte-americanos, empresas privadas de segurança e operadores privados de ajuda humanitária.

A ser concretizada, Israel assumirá o controlo da distribuição da ajuda na Faixa de Gaza com esta iniciativa.

Desde o início da ofensiva em Gaza, em outubro de 2023, Israel apenas de forma intermitente permitiu a entrada de ajuda humanitária - alimentos, gasolina e medicamentos - no enclave, onde vivem cerca de 2 milhões de palestinianos.

A ajuda humanitária foi novamente bloqueada por Israel desde 02 de março, ameaçando centenas de milhares de pessoas de morrerem à fome.

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