O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) condenou hoje o ataque que matou mais de 450 pessoas, incluindo 35 crianças, no fim de semana, no estado sudanês Cordofão do Norte.

A diretora executiva da Unicef, Catherine Russell, alertou que o número de crianças mortas pode aumentar pois dezenas estão feridas e "muitas continuam desaparecidas".

Para a chefe da agência da ONU, os ataques são uma "escalada de violência aterrorizante e um completo desrespeito à vida humana, ao direito internacional humanitário e aos princípios mais básicos da humanidade".

Por isso, Russell condena os ataques e apela as todas as partes em conflito - os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e as Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês) - que "ponham fim à violência imediatamente".

"Todas as partes têm que cumprir as suas obrigações perante o direito internacional, incluindo o humanitário", alertou.

Por sua vez, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) também declarou estar apreensivo face à escalada dos confrontos no Sudão e alertou que "muitas casas foram saqueadas e incendiadas" neste episódio que aconteceu no fim de semana.

"Vários sudaneses tiveram que se deslocar fugindo da violência durante os combates", indicou.

No entanto, segundo o OCHA, há interrupções contínuas nas comunicações locais, o que dificulta a confirmação do número exato de civis que perderam a vida.

"O OCHA está também alarmado com relatos de novos bombardeios em Al Obeid, a capital do estado, que espalham o medo e a insegurança entre os civis", frisou.

A agência da ONU condena também os assassínios de todos os civis, das infraestruturas civis, incluindo escolas, casas, abrigos e recursos humanitários.

A ONU reitera o seu pedido de financiamento para poder ajudar milhões de pessoas que estão num estado de profunda vulnerabilidade.

A guerra no Sudão eclodiu em 15 de abril de 2023. O conflito começou entre o exército regular sudanês, liderado por Abdel Fattah al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo ('Hemeti').