Após quatro horas de intensas conversações entre os representantes dos Estados Unidos e da Federação Russa, o fundamental parece passar pela abertura de Kiev e da União Europeia à aceitação dos resultados de uma próxima ronda de negociações à procura da paz para o conflito na Ucrânia.

O resumo deste primeiro encontro salda-se, segundo o jornal britânico “Guardian”, por alguns compromissos essenciais. Em primeiro lugar, “o mais rapidamente possível”, serão nomeados embaixadores dos dois países para ajudar a resolver quaisquer tensões que possam surgir nas relações bilaterais, assim que as relações diplomáticas forem reiniciadas. Espera-se que estes contactos assumam um caráter regular e representem o início de consultas formais sobre um futuro acordo de paz na Ucrânia.

Segundo avança o “Guardian”, citando os representantes norte-americanos, as negociações incluiriam discussões sobre o território e as garantias de segurança, de forma a que possa ser alcançado “um fim permanente para a guerra”. No entanto, nada terá sido dito especificamente sobre o futuro da Crimeia, por exemplo.

O secretário de Estado americano, Marc Rubio, defendeu que as negociações devem envolver a Ucrânia e a União Europeia, mas o enviado de Donald Trump não se comprometeu formalmente com a cedência de um lugar à mesa das negociações. Disse apenas que “todos os envolvidos nesse conflito têm que estar bem com isso, tem que ser aceitável para eles”.

As autoridades norte-americanas acrescentaram que qualquer garantia de paz no pós-guerra teria de ser “liderada pela Europa”, repetindo os apelos aos aliados europeus para que aumentem os gastos com defesa e elogiando o Reino Unido e a França por “falarem sobre contribuir mais fortemente para a segurança da Ucrânia”.

Já a Rússia descartou qualquer envio de forças de manutenção da paz europeias para a Ucrânia, com Sergei Lavrov a considerar “completamente inaceitável” essa decisão, ao mesmo tempo que classificou a expansão da NATO para leste como “uma ameaça direta à Federação Russa”.

Sem esquecer a vertente do mundo dos negócios, os dois países concordaram em querer explorar uma maior cooperação geopolítica e económica, com Marc Rubio a elogiar as “oportunidades extraordinárias” que existem, se for possível chegarem primeiro a um acordo de paz na Ucrânia.