O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou e ter observado por parte dos Estados Unidos "um grande interesse" em eliminar as sanções económicas impostas à Rússia, durante uma reunião com o seu homólogo norte-americano, Marco Rubio, em Riade.

"Houve um grande interesse em remover os obstáculos artificiais ao desenvolvimento de uma cooperação económica mutuamente benéfica" entre a Rússia e os Estados Unidos da América (EUA), afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo numa conferência de imprensa, referindo-se às sanções impostas contra Moscovo pela invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

“Não só ouvimos, como nos entendemos”

Lavrov sublinhou igualmente que os EUA têm vindo "a compreender melhor" a posição de Moscovo.

"Não só ouvimos, como também nos entendemos, (...) e tenho razões para acreditar que o lado norte-americano começou a compreender melhor a nossa posição, que mais uma vez expusemos em pormenor, utilizando exemplos específicos, com base nos repetidos discursos do Presidente [Vladimir] Putin", acrescentou.

Os líderes da diplomacia da Rússia e dos EUA - o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, - reuniram-se hoje na Arábia Saudita para discutir a melhoria dos laços bilaterais e negociar o fim da guerra na Ucrânia - conversações que representam uma mudança na política externa norte-americana sob a liderança do Presidente Donald Trump.

Nenhuma autoridade ucraniana esteve presente na reunião, que decorre numa altura em que a Ucrânia continua a perder terreno para as tropas russas e confronta-se com falta de soldados e de armamento e munições.

Ucrânia não reconhece resultados da reunião

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o seu país não aceitará quaisquer resultados das negociações desta semana se Kiev não participar.

Os aliados europeus também manifestaram preocupações por estarem a ser marginalizados das conversações.

O objetivo do encontro na capital saudita foi ainda abrir caminho a um encontro entre Trump e o Presidente russo, Vladimir Putin.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

Os aliados de Kiev têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.