
O primeiro-ministro defendeu hoje que a "qualidade de reposta" do SNS é assinalada diariamente, considerando que hoje há "menos problemas" do que quando iniciou funções, e referiu que por cada urgência fechada há várias abertas.
"Todos os dias em que somos confrontados com alguns episódios, e muitas vezes os episódios até têm relatos que não coincidem exatamente com os termos objetivos e concretos em que eles aconteceram, mas quando nós somos confrontados com alguns episódios todos os dias à volta do funcionamento do Serviço Nacional de Saúde [SNS], nós esquecemos que nesses mesmos dias há centenas ou até milhares de outros episódios onde as pessoas envolvidas e as suas famílias terminaram as suas ocorrências e os seus eventos, muitas vezes com desfechos trágicos, a cumprimentar os profissionais de saúde, a cumprimentar a eficiência do SNS, a dizer 'eu não tenho nada a apontar, eu estou aqui para agradecer o cuidado deste profissional, deste assistente, deste enfermeiro ou deste médico'", afirmou Luís Montenegro.
Discursando na cerimónia de inauguração do novo Hospital de Sintra, que contou com a presença da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, o primeiro-ministro afirmou que "todos os dias há milhares de confidências de portuguesas e portugueses a assinalar a qualidade da resposta do Serviço Nacional de Saúde", mas "todos os dias" parece o país está confrontado "com uma total incapacidade" e defendeu que "a capacidade de resposta não está a diminuir"
"O SNS todos os dias atende milhares e milhares de cidadãos, fá-lo com qualidade, fá-lo com eficiência, fá-lo com humanismo, com humanidade, fá-lo com o reconhecimento dos próprios e das suas famílias. E muitas vezes nós dirigimos palavras de grande reconhecimento aos profissionais de saúde e esquecemos que quando algumas notícias ganham determinada dimensão elas também são ofensivas para os profissionais que estão por trás delas", defendeu.
Luís Montenegro considerou que os problemas na Saúde "são infelizmente clássicos, vêm de há muitos anos", mas quis também "reconhecer aquilo que é feito".
"Nós temos problemas hoje nas urgências, temos sim senhor, mas hoje temos menos problemas do que tínhamos há um ano. E se calhar há um ano já tínhamos menos problemas do que tínhamos dois anos antes. E quando nós temos problemas hoje em cinco ou seis serviços de urgência, às vezes esquecemos que temos 160 ou 170 serviços de urgência a funcionar ao mesmo tempo em que aqueles quatro ou cinco têm problemas", afirmou.
O primeiro-ministro recusou que as suas palavras sejam encaradas como "uma desvalorização" dos problemas do SNS, e afirmou que "qualquer caso é importante", referindo que basta um caso em que haja "problema na resposta ou atraso na resposta, ou incapacidade de promover a resposta" para merecer a preocupação e a "atenção total" do Governo.