A chefe da diplomacia da União Europeia convocou este domingo para terça-feira uma reunião extraordinária dos 27 ministros dos Negócios Estrangeiros, para debater o conflito entre Israel e o Irão, "tendo em conta a gravidade da situação".

A reunião, por videoconferência, "permitirá uma troca de pontos de vista e uma coordenação da ação diplomática com Telavive e Teerão, bem como sobre as eventuais próximas medidas a tomar", anunciou um responsável do gabinete da Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Kaja Kallas.

A UE apela mais uma vez para o desanuviamento deste conflito, garantindo que está disposta a "apoiar todos os esforços diplomáticos destinados a aliviar as tensões e a encontrar uma solução duradoura para a questão nuclear iraniana".

Tal solução, insistiu o responsável diplomático do bloco comunitário europeu, "só pode ser alcançada através de um acordo negociado".

Ao terceiro dia do conflito, o Irão lançou hoje novos ataques contra Israel, tendo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmado que Teerão iria "pagar um preço muito elevado" pela morte de civis - tudo isto, enquanto a Força Aérea israelita bombardeava dezenas de alvos em solo iraniano, nomeadamente na capital.

A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.

Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh, e o chefe dos Serviços Secretos da Guarda Revolucionária, Mohamad Kazemi, e o seu adjunto, Hassan Mohaqeq.

No sábado à noite, Kaja Kallas expressou a "profunda preocupação" da UE, numa declaração em nome dos 27 Estados-membros, apelando a "todas as partes para respeitarem o direito internacional, darem provas de contenção e se absterem de qualquer nova medida que possa ter consequências graves, como uma eventual libertação radioativa".