É o oitavo inquérito (um já foi entretanto arquivado) instaurado pelo Ministério Público (MP) no âmbito das alegadas mortes relacionados com as falhas no INEM. Pelo menos 11 pessoas morreram, nas últimas semanas, depois de atrasos na resposta de emergência.
À SIC, a Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou que foi aberto um inquérito à morte de um homem de 53 anos, em Pombal. No passado dia 4 de novembro, um homem sentiu-se mal, ligou de imediato para o 112, mas ninguém atendeu. Sem resposta, pediu à esposa que o levasse ao hospital, a meio do caminho foi preciso chamar, com urgência, os bombeiros de Pombal.
Quando chegaram os bombeiros chegaram ao local, o homem já estava em paragem cardiorrespiratória. Iniciaram, de imediato, manobras de suporte básico de vida, mas precisaram da ajuda do INEM de Leiria, que só chegou meia hora depois. O homem não resistiu e o óbito foi declarado no local.
Na semana passada, os Bombeiros Voluntários de Pombal foram chamados para duas ocorrências que não terão tido resposta do INEM e em que acabaram por morrer dois homens, de 53 e 90 anos.
O oitavo inquérito instaurado pelo Ministério Público junta-se a outros sete instaurados na semana passada. Já corriam investigações a casos em Bragança (dois processos), Cacela Velha, Vendas Novas, Almada e Tondela.
Relativamente aos factos de Ansião, na sequência da comunicação de um óbito, foi aberto um inquérito, que foi entretanto arquivado. Numa resposta à SIC, o Ministério Público indicou não haver indícios de prática de crime.
Mortes e greve dos técnicos de emergência
As falhas no socorro por parte do INEM já serão responsáveis por 11 mortes nas últimas semanas e motivaram até ao momento sete inquéritos no MP. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Os alegados atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), foram intensificados por uma greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que pedem a revisão da carreira e melhores condições salariais.
A greve foi suspensa na passada quinta-feira, dia em que Ana Paula Martins convocou o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.