É o primeiro embate do novo Conselho de Administração do Hospital da Guarda, em funções há menos de um mês. Quatro dos sete psiquiatras do centro de saúde mental assumem divergências com a reorganização do departamento. Em carta enviada aos administradores, dizem que a proximidade aos doentes está posta em causa.
"Esta setorização determinou a divisão dos Médicos do Departamento por 2 setores, o que tem levado a que muitos doentes, acompanhados em Consulta Externa, tenham mudado de Psiquiatra Assistente, sem benefício aparente", lê-se na carta.
"Muitos destes doentes têm manifestado a sua indignação. (…) deixaram de ser acompanhados pelo médico psiquiatria que os seguia, em alguns casos há mais de 20 anos, porque tiveram a "sorte ou o azar" do médico ter sido atribuído a um setor que não é o seu, através de sorteio idêntico aqueles que a senhora professora fazia na escola primária, com “papeizinhos”, continua.
“Não queremos ser cúmplices desta (des)reorganização”
Acresce que uma única equipa de saúde mental comunitária deixa metade do distrito de fora e as instalações aguardam obras depois de serem prometidas há mais de três anos. Razões para os médicos subscritores da carta baterem com a porta.
"Porque não queremos ser cúmplices, nem "empecilhos", desta (des)reorganização, na qual não nos revemos, vimos solicitar a nossa substituição nas Coordenações das diferentes Unidades do Departamento", afirmas os médicos.
O conselho de administração não quis reagir a esta posição, por haver uma reunião agendada para a semana.
Se nada mudar, os médicos em causa admitiram à SIC rescindir os contratos.