
À margem da apresentação do diagnóstico da comunidade migrante no Funchal, Paulo Teixeira, da empresa responsável pelo estudo, a Logframe, defendeu a importância de um planeamento cuidado e de um trabalho de proximidade para assegurar uma integração bem-sucedida.

Paulo Teixeira sublinhou que, embora os números sejam relevantes, não traduzem toda a realidade migrante. No Funchal, tal como no resto do país, há um crescimento dos fluxos migratórios, com impacto positivo na economia local.
Destacou o esforço de proximidade do município, visível no trabalho da Unidade da Diáspora e das Migrações, e frisou o raro alinhamento entre a visão dos serviços públicos e a percepção dos migrantes.
Entre os principais desafios apontou a habitação — um problema que afecta toda a população — e a integração multicultural, especialmente nas escolas. Considera que o diagnóstico e a existência de uma unidade dedicada permitem antecipar e resolver problemas de forma mais eficaz.
Quanto ao perfil dos migrantes, referiu a diversidade de origens (Brasil, Indostão, Ucrânia, entre outros), com presença de trabalhadores pouco qualificados, mas também de migrantes altamente especializados, com potencial para impulsionar o empreendedorismo e a inovação.
O estudo incluiu cerca de 370 imigrantes, 170 regressados com as famílias e 18 organizações da sociedade civil, num total superior a 500 participantes.
Teixeira frisou que o processo de integração está em curso e varia consoante os casos, mas considera que existem boas condições para a sua concretização, apesar dos desafios linguísticos e culturais.
Reconheceu que, em caso de crise económica, alguns poderão abandonar a região, mas acredita que muitos acabarão por se fixar no Funchal.