A execução dos trabalhos para a demolição das habitações precárias arrancou hoje às 12:00, num clima de tensão entre os moradores do Bairro do Talude Militar e a PSP, e terminou cerca das 16:00, como constatou a agência Lusa no local.

Em declarações à Lusa, fonte da Câmara Municipal de Loures, do distrito de Lisboa, adiantou que durante o dia de hoje foram destruídas cerca de 30 casas autoconstruídas, retomando o trabalho na terça-feira, "até estarem demolidas as 64 habitações previstas.

Segundo indicou a Câmara de Loures, nas 64 habitações viviam 161 pessoas, sendo que destas 62 são crianças, que têm agora de procurar alternativa habitacional.

Relativamente a essa alternativa, fonte da autarquia referiu que os moradores devem deslocar-se aos serviços sociais na Casa da Cultura, em Sacavém, e solicitar apoios.

"Foram disponibilizadas alternativas habitacionais no mercado de arrendamento, com possibilidade de apoio financeiro à caução e à primeira renda", refere a mesma fonte.

Em Loures, as operações decorreram no Talude Militar, onde já houve demolições no final de junho. A autarquia afixou na sexta-feira, 11 de julho, editais no bairro anunciando novas demolições e deu aos moradores 48 horas para as desocupações. Em causa, acrescentou o Vida Justa, estão "mais de 60 habitações".

Também na Amadora, relatou, foram afixados editais com vista à demolição de 16 habitações na Estrada Militar (Mina de Água). Também aí foram dados às famílias dois dias para sair.

Contactada pela Lusa também no fim de semana, a Câmara de Loures disse que as suas atuações são "sempre dentro da legalidade e em respeito absoluto pelas decisões judiciais e com prioridade à segurança, à saúde pública e à dignidade humana".

O município considerou que o movimento Vida Justa continua "a instrumentalizar pessoas em situação de vulnerabilidade", mas não apresenta "qualquer solução concreta para o problema grave da proliferação descontrolada de construções ilegais".

"A Câmara Municipal de Loures continuará a agir com responsabilidade, apoiando quem demonstra vontade de cumprir e rejeitando liminarmente a edificação desordenada de barracas no concelho", lê-se na resposta da autarquia.