São dados negativamente surpreendentes sobre o conhecimento que os portugueses têm sobre o vírus da imunodeficiência humana (VIH) e sobre a sida. Um inquérito realizado para assinalar o Dia Mundial de luta contra a Sida, a 1 de dezembro, revela um desconhecimento elevado sobre a infeção e uma preocupação reduzida sobre o estado serológico, ou seja, se alguma vez houve exposição ao vírus.

Realizado pela Spirituc para ViiV Healthcare, o inquérito que incluiu 600 questionários online à população entre 18 de setembro e 2 de outubro, apurou que 55% dos inquiridos nunca realizaram o teste ao VIH, 52% associam a doença a "perfis específicos", como utilizadores de drogas injetáveis (83,9%) e homens homossexuais (77,4%), e quase metade (43,6%) acredita, “erradamente, que receber uma transfusão de sangue em instituições oficiais na União Europeia representa um risco de infeção por VIH”.

No entanto, 95,2% da população sabe o que é sida e 84,2% reconhece o VIH. “Embora os inquiridos percecionem o VIH como mais grave do que a covid-19, gripe e sarampo, há preconceitos alarmantes que persistem, assim como a falta de conhecimento sobre prevenção: apenas 13% conhece a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento eficaz na prevenção do VIH.” Como tal, “apenas 57% está disposto a pagar por medicamentos preventivos”.

Os autores afirmam que “o estudo revela ainda que, apesar de a maioria dos inquiridos se sentirem confortáveis a discutir o VIH com profissionais de saúde, apenas 16,6% recorda ter visto alguma campanha de sensibilização no último ano”. Segundo os dados, a esmagadora maioria (92,8%) defende o aumento destas iniciativas, “com foco na televisão e redes sociais, meios considerados mais eficazes para alcançar a população pela amostra”.

“Os resultados são um alerta para a necessidade de intensificar os esforços na luta contra o VIH em Portugal”, afirma André Mendes, diretor-geral da ViiV Healthcare. “A desinformação e o estigma continuam a ser barreiras significativas para a prevenção e o acesso ao tratamento. É crucial investir em campanhas de sensibilização abrangentes que desmistifiquem a doença, promovam a testagem e informem sobre as opções de prevenção, como a PrEP.