"Este é um reconhecimento para todos os lisboetas", reagiu Carlos Moedas, ao receber, nesta manhã, a mais alta distinção do governo francês. Numa cerimónia discreta, e ao lado da mulher, o antigo secretário de Estado e ex-comissário europeu que hoje se senta no lugar de presidente da Câmara de Lisboa foi distinguido com a Légion d'Honneur.
A condecoração foi feita pelo presidente Emmanuel Macron, que está em visita oficial a Portugal e que não quis deixar passar a oportunidade de assinalar o contributo de Moedas para as relações entre Portugal e França e a amizade entre os povos. "Em nome da República Francesa, faço Carlos Moedas cavaleiro da Legião de Honra", declara, antes de abraçar o "amigo" Moedas, o primeiro autarca a receber esta honra, juntando-se a Mário Soares, Ramalho Eanes, Jorge Sampaio e Marcelo Rebelo de Sousa na lista dos agraciados com a mais alta distinção de França.

Ao receber a homenagem, Carlos Moedas — que é casado com a economista francesa Céline Abecassis Moedas, curiosamente tendo-se conhecido num café parisiense — fez questão de destacar a ligação entre Portugal e França, "os valores e a cultura que nos unem".
No âmbito da visita de Macron, o presidente francês e o ex-comissário da Inovação aproveitaram o encontro para visitar a Fábrica de Unicórnios de Lisboa e debater os desafios da Inteligência Artificial (IA), bem como o impacto da tecnologia na democracia. A competitividade da União Europeia, num momento em que é pressionada quer pelos Estados Unidos e as iminentes tarifas comerciais quer pela pujança económica e tecnológica da China, foi outro tema em cima da mesa dos presidentes, com Macron a elogiar o trabalho de Moedas em Lisboa.
"O que vocês fazem aqui (na Fábrica de Unicórnios) é trazer soluções concretas, criar empregos e dinâmica, mas também se vê aqui uma alavanca de transformação social extraordinária, porque cria mobilidade e permite, pela capacidade de inventar uma empresa, penetrar num mercado ou criar um mercado através da transformação. Acho muito inspirador que a sua capital tenha feito essa escolha", afirmou o presidente francês, naquela ocasião.