O Livre-Madeira manifestou hoje forte oposição às declarações da nova secretária de Estado do Ensino Superior, Cláudia Sarrico, que defendeu o aumento das propinas e a implementação de um sistema de empréstimos para financiar os estudos superiores.

Marta Sofia, do Livre-Madeira, considera que estas propostas constituem um retrocesso significativo na democratização do acesso ao ensino superior. "Num país em que o acesso à educação deveria ser um direito universal, estas propostas representam um ataque frontal à igualdade de oportunidades", afirmou.

A dirigente partidária sublinha que a situação é particularmente preocupante na Região Autónoma da Madeira, onde os estudantes enfrentam desafios adicionais. "São especialmente graves num contexto como o da Região Autónoma da Madeira, onde as dificuldades económicas, a insularidade e a escassez de alojamento acessível agravam ainda mais o peso do ensino superior sobre os estudantes e as suas famílias", explicou Marta Sofia.

O partido destaca que os estudantes da Universidade da Madeira têm reivindicado consistentemente mais apoios sociais, habitação estudantil adequada e a redução dos encargos educativos, mas estas demandas têm sido sistematicamente ignoradas pelo poder central.

Marta Sofia rejeita categoricamente a caracterização das propinas como "baixíssimas", argumentando que "as propinas não são 'baixíssimas' - são um obstáculo real para centenas de jovens madeirenses". A representante do Livre-Madeira critica ainda a proposta de empréstimos estudantis, considerando que se trata de "importar um modelo falhado, que em países como os EUA gerou uma crise de endividamento estudantil".

"A educação é um investimento público essencial, não um custo individual a ser pago com dívida", defendeu, apelando ao Governo da República para que "ouça os estudantes e não avance com medidas que penalizam ainda mais quem já está em situação de desvantagem".

O Livre-Madeira defende que o futuro da educação em Portugal deve passar por mais justiça social, mais financiamento público e mais autonomia para as regiões insulares, reiterando o seu apoio aos estudantes na luta por um ensino superior gratuito, inclusivo e livre de dívidas.