
O JPP veio hoje a público condenar a gestão dos equipamentos públicos regionais, apontando o dedo à falta de estratégia preventiva do Governo Regional na manutenção das infra-estruturas culturais da Madeira.
Contestando a informação tornada pública pela Secretaria da Cultura, o partido denuncia que o sistema de climatização do Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira (ABM) se encontra avariado há já algum tempo, provocando temperaturas elevadas nos depósitos e salas de leitura do edifício conhecido como "catedral da Cultura". Segundo o JPP, apesar de ter sido feito um levantamento de necessidades em 2023, ainda não foi aberto qualquer concurso público para resolver o problema, que não deverá ter solução este ano.
"O JPP condena a reiterada irresponsabilidade do Governo Regional na manutenção e conservação dos equipamentos públicos, através da Secretaria Regional de Equipamentos e Infraestruturas, sem qualquer estratégia de prevenção de potenciais avarias, mas sempre em reação tardia aos problemas, numa atitude de contenção de danos quando estes surgem", afirma Patrícia Spínola, em comunicado enviado à imprensa.
Os problemas no ABM não se limitam à climatização, garante o partido. O JPP refere a existência de infiltrações quando chove e menciona o recente "rebentamento de garrafas de azoto". O partido considera que "não se pode esperar pela ampliação do edifício para tratar do que está mal".
O JPP aproveita para estabelecer um paralelo com a situação vivida na Casa das Mudas, que esteve "anos sem climatização, colocando em risco as obras em exposição e em acervo, para além da falta de condições para receber visitantes que, em breves minutos, abandonavam o museu deixando críticas pouco abonatórias".
Para o partido, "esta irresponsabilidade nada tem a ver com governos em gestão, mas com falta de planeamento e competência".
O JPP alerta que, no ABM, as condições estão comprometidas tanto para utilizadores como para a preservação da documentação histórica ali depositada. O partido cita a própria página oficial da instituição, que refere que "a temperatura, a humidade relativa e a luz não se podem dissociar" e que valores fora dos parâmetros recomendados "causam danos irreversíveis aos suportes, a curto e a longo prazo".
"O JPP lamenta que a proteção do património continue sendo um parente pobre nas prioridades do Governo Regional que se reserva a adotar uma posição de contingência, relativizando e tentando mitigar ou anular os impactos da ausência de estratégias de prevenção", critica o partido.
O JPP manifesta ainda "surpresa" pelo facto de a Secretaria Regional da Cultura, Ambiente e Turismo ter emitido apenas hoje um comunicado a garantir medidas para resolver problemas identificados desde 2023, "depois de porventura" ter tomado conhecimento de "movimentações de historiadores e investigadores".
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