O exército israelita anunciou hoje novos ataques contra o Hezbollah no leste do Líbano, depois de ter bombardeado durante a noite os subúrbios do sul de Beirute, reduto do movimento xiita libanês. Famílias inteiras foram obrigadas a sair das suas casas a meio desta noite e dormiram nas ruas de Beirute, devido aos incessantes ataques israelitas que só pararam ao nascer do sol.
Israel anuncia morte do líder do Hezbollah
Os ataques de Israel à capital do Líbano intensificaram-se durante a madrugada. Pelo menos seis pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas na zona sul de Beirute.
Israel garante que atingiu mais de 140 alvos do Hezbollah no Líbano e que eliminou a maior parte dos líderes do movimento xiita libanês, nomeadamente o líder, Hassan Nasrallah, segundo o Exército israelita na rede social X.
Hezbollah confirma a morte do seu líder
O Hezbollah libanês confirmou entretanto a morte do seu líder, Hassan Nasrallah, nos ataques israelitas nos subúrbios a sul de Beirute.
“Sayed Hassan Nasrallah juntou-se aos seus companheiros mártires (...) cuja marcha liderou durante quase trinta anos”, anunciou um comunicado de imprensa do grupo pró-iraniano citado pela AFP.
O Hezbollah também declarou que vai continuar a "guerra santa" contra Israel.
"A direção do Hezbollah continuará a sua 'jihad' contra o inimigo em apoio de Gaza e da Palestina, em defesa do Líbano", disse o partido numa declaração publicada pela sua rede de televisão Al Manar.
O Hezbollah (Partido de Deus) recordou que Nasrallah assumiu as rédeas do partido em 1992 e conduziu-o à "libertação do Líbano em 2000" e ao fim da ocupação israelita do sul, "a vitória de 2006".
Após o anúncio, a rede de televisão Al Manar transmitiu orações e cessou a cobertura em direto dos bombardeamentos israelitas no Líbano.
O exército israelita avança também a morte do comandante da unidade de mísseis do Hezbollah e de um adjunto em novos ataques em Beirute. Num post na rede social X, Israel diz Muhammed Ali Ismail foi morto por jatos da força aérea.
O exército israelita está "atualmente a atacar alvos (...) pertencentes à organização terrorista Hezbollah na região de Bekaa", no leste do Líbano, e os ataques vão continuar, disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari.
Salva de rockets contra Israel
As forças israelitas indicaram também que as sirenes de alerta tinham soado no norte de Israel, depois de o movimento xiita libanês ter afirmado lançado foguetes contra a zona.
Em comunicado, o grupo islamita pró-iraniano afirmou que o alvo foi o 'kibbutz' Kabri, no norte de Israel, contra o qual lançou foguetes Fadi-1, em resposta aos "ataques bárbaros" israelitas "contra cidades, aldeias e civis" no Líbano.
Noite de medo em Beirute
Hoje de manhã, nos subúrbios do sul da capital libanesa, vários edifícios ainda ardiam e o céu estava coberto por espessas nuvens de fumo, segundo o relato de um fotógrafo da agência francesa AFP.
A alguns quilómetros de distância, em Beirute, deslocados desorientados arrastavam sacos ou trouxas, sem saberem para onde ir.
Após um aviso de evacuação emitido por Israel na sexta-feira à noite para vários bairros dos subúrbios do sul, fugiram apressadamente, levando consigo apenas alguns pertences.
Centenas de famílias passaram a noite passa ao relento, nas ruas do centro de Beirute ou em frente ao mar. Os correspondentes da AFP dizem ter visto famílias inteiras sentadas no chão durante toda a noite.
O número de mortos e a extensão dos danos causados por estes intensos ataques noturnos, os mais violentos desde 2006, ainda não são conhecidos.
O Ministério da Saúde libanês apresentou um balanço provisório de seis mortos e 91 feridos, que se espera que venha a aumentar. Anunciou que estava a retirar os doentes dos hospitais dos subúrbios do sul para outros estabelecimentos "não afetados pela agressão israelita".
O canal de televisão al-Manar, próximo ao movimento islamita armado Hezbollah, difundiu esta manhã vídeos que mostram edifícios de vários andares arrasados.
O exército israelita afirmou estar a visar edifícios residenciais que alegadamente albergavam depósitos de armas do Hezbollah, mas o grupo pró-iraniano negou.
Israel tinha anteriormente indicado que tinha bombardeado o "quartel-general" do Hezbollah na zona.