
O exército israelita anunciou esta sexta-feira que voltou a bombardear a sede da Organização de Pesquisa e Inovação em Defesa (SPND), uma agência do Ministério da Defesa iraniano encarregada de desenvolver tecnologias emergentes para fins militares.
De acordo com um comunicado militar, as forças israelitas também atacaram "dezenas" de alvos militares no Irão, incluindo várias instalações de fabrico de mísseis nos arredores de Teerão.
"Estas instalações foram desenvolvidas ao longo de muitos anos e têm funcionado como um centro industrial fundamental para o Ministério da Defesa iraniano", refere o comunicado. Israel já tinha bombardeado a SPND no passado domingo.
"Foi criada em 2011 por Mohsen Fakhrizadeh, o fundador do programa de armas nucleares do Irão", referem os militares.
Uma fábrica que produz um componente considerado essencial para o programa de armas nucleares de Teerão também foi atingida, segundo o comunicado, mas não foram dados mais pormenores.
Numa declaração posterior, o exército israelita disse que também tinha bombardeado três lançadores de mísseis no Irão "e um comando militar que estava a operar para disparar os mísseis".
O exército israelita afirma ter destruído até agora cerca de 200 plataformas de lançamento de mísseis no Irão, dois terços do total disponível. "Estimamos que o Irão ainda tenha mais de 100 e que isso possa causar danos muito graves a Israel e às nossas cidades", disse um oficial militar israelita numa reunião virtual com jornalistas na quinta-feira.
Israel começou a bombardear o Irão a 13 de junho, justificando-o com os progressos do programa nuclear da república islâmica e com a ameaça que representa para o país o fabrico de mísseis balísticos.
Desde então, o exército israelita atacou infraestruturas militares (sistemas de defesa aérea, instalações de armazenamento de mísseis balísticos, etc.), assim como centrais nucleares (Natanz, Isfahan e Furdou), mas também altas patentes da Guarda Revolucionária Iraniana e cientistas nucleares.
Na quinta-feira, depois de uma reunião com o homólogo norte-americano, Marco Rubio, em Washington, o chefe da diplomacia britânica, David Lamy, anunciou que existe uma "janela de oportunidade" para "uma solução diplomática" com o Irão.
David Lammy confirmou que se juntaria hoje aos seus homólogos alemão e francês para participarem numa reunião com o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, em Genebra, onde também estará a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.
Em Nova Iorque, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se para debater a escalada do conflito, pela segunda vez, após uma primeira reunião de emergência na semana passada. Esta nova sessão foi solicitada pelo Irão, com o apoio da Rússia, China e Paquistão.