O exército israelita anunciou que ia facilitar a passagem de ajuda humanitária para o território palestiniano, e a ONU, por seu turno, afirmou este domingo que pretende chegar ao maior número possível de pessoas.

O primeiro-ministro de Israel instou a ONU a deixar de culpar o Governo pela situação humanitária em Gaza, depois do anúncio do exército.

"Há corredores seguros. Sempre existiram, mas hoje é oficial. Não haverá mais desculpas", disse Benjamin Netanyahu durante uma visita a uma base aérea.

A ONU saudou o anúncio e afirmou que pretende chegar ao maior número possível de pessoas na Faixa de Gaza.

Alimentos já a caminho de Gaza

O Programa Alimentar Mundial (PAM) afirmou ter alimentos suficientes, já disponíveis ou a caminho da região, para os 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza durante quase três meses.

O responsável humanitário da ONU, Tom Fletcher, saudou o anúncio destas "pausas humanitárias".

"Estamos em contacto com as nossas equipas em terra, que farão todo o possível para chegar ao maior número possível de pessoas famintas", escreveu na rede social X.

O PAM indicou que os intervalos e corredores devem permitir a distribuição segura de alimentos de emergência.

"A ajuda alimentar é a única forma real de a maioria das pessoas em Gaza se alimentar", afirmou, em comunicado, acrescentando que um terço da população não come há vários dias e que 470 mil pessoas em Gaza estão a "experimentar condições semelhantes à fome" que podem levar à morte.

Milhares de toneladas necessárias todos os meses

De acordo com o PAM, são necessárias 62.000 toneladas de alimentos mensalmente para satisfazer as necessidades de toda a população de Gaza.

A agência da ONU afirmou ainda que, além da pausa anunciada, Israel comprometeu-se a permitir a entrada de mais camiões em Gaza com procedimentos de desalfandegamento mais rápidos e garantiu que não haverá mais "força armada ou tiroteios perto de comboios".

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que Israel, enquanto potência ocupante de Gaza, tem a obrigação de garantir o fornecimento de alimentos suficientes à população.


Com LUSA