Os dois aviões Canadair de combate a incêndios pedidos pelo Governo português à União Europeia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, já estão no Porto Santo e deverão entrar em atividade ainda esta quinta-feira, indicou o executivo regional.
"Nas próximas horas será desencadeado toda a logística inerente ao início da sua atividade no combate aos incêndios na Madeira, com principal foco na cordilheira central", é referido numa uma nota emitida pela Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil.
Os dois aviões Canadair, provenientes de Málaga, Espanha, aterraram no Porto Santo cerca das 12:00, local onde serão abastecidos com água potável, a partir das bocas-de-incêndio do aeroporto, no decurso das operações de combate ao fogo que deflagrou há nove dias na ilha da Madeira.
Na nota, a Secretaria de Saúde e Proteção Civil indica que às 12:00 o incêndio continuava ativo, no concelho de Santana, na cordilheira central (Pico Ruivo e Pico do Gado) e nas zonas altas do concelho da Ponta do Sol (Lombada).
"No terreno estão mais de uma dezena de meios, o meio aéreo [helicóptero] e mais de 125 operacionais compostos por elementos de todos os corpos de bombeiros da RAM [Região Autónoma da Madeira], Bombeiros dos Açores e Força Especial de Proteção Civil", lê-se no comunicado.
Na Ponta do Sol, onde está concentrada a Força Especial de Proteção Civil, o incêndio mantém-se nas zonas altas "longe de área habitacional".
"No foco entre o Pico Ruivo e o Pico do Gado, a frente ativa está a ramificar-se com pouco intensidade e mantém-se numa zona de difícil acesso", esclarece a Secretaria Regional, adiantando que neste teatro de operações estão destacados mais de uma dezena de homens afetos aos corpos de bombeiros de Santana e Santa Cruz.
O meio aéreo concentra a atividade neste local.
O incêndio na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 4.930 hectares de área ardida.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.