![Hamas insta Netanyahu a honrar](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
O Hamas instou, esta terça-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a implementar o acordo de cessar-fogo em Gaza "palavra por palavra", para que sejam libertados os reféns, após as ameaças dos israelitas de retomar a guerra.
A posição do movimento islamita palestiniano foi transmitida à agência Efe por um dos membros do gabinete político do Hamas, Mahmud Mardawi, em resposta à ameaça israelita de regressar à guerra se os prisioneiros não forem libertados até sábado ao meio-dia.
"Netanyahu deve implementar o acordo palavra por palavra. Isto garantirá que tudo avance suavemente e sem atrasos, e levará à libertação de prisioneiros de ambos os lados", garantiu Mardawi, numa mensagem por escrito.
Hamas acusa Israel de não cumprir acordo
Mardawi salientou que a entrada de ajuda humanitária durante a trégua no enclave, iniciada a 19 de janeiro, foi limitada em comparação com a acordada, apontando que apenas 8.500 dos 12.000 camiões planeados entraram em Gaza, acusação negada pelo COGAT, o braço de assuntos civis do exército israelita nos territórios palestinianos ocupados.
O membro do gabinete político do Hamas frisou também que apenas entraram no enclave 15 camiões de combustível por dia, em vez de 50.
Denunciou ainda que nenhuma unidade de habitação móvel chegou a Gaza, quando eram esperadas 60 mil, e que apenas 20 mil tendas entraram no enclave, apesar do acordo de 200 mil para a Faixa de Gaza, onde mais de 70% das estruturas foram danificadas ou destruídas, segundo a ONU.
Israel ameaça retomar guerra na Faixa de Gaza
O primeiro-ministro israelita, que passou quatro horas reunido com o seu gabinete de segurança para decidir como agir depois de o Hamas ter anunciado ontem que iria adiar a troca de reféns no sábado, anunciou que se o grupo islamita não libertar os reféns antes do meio-dia de sábado, conforme solicitado ontem pelo presidente norte-americano, Donald Trump, Israel retomará a guerra na Faixa de Gaza.
"A decisão que foi aprovada por unanimidade pelo gabinete é esta: se o Hamas não devolver os nossos reféns até sábado ao meio-dia, o cessar-fogo terminará e o exército retomará os combates intensos até que o Hamas seja finalmente derrotado", destacou Netanyahu, numa mensagem vídeo, sem especificar se se referia aos três prisioneiros que estavam planeados para a troca de sábado ou aos nove ainda vivos que serão libertados durante a primeira fase.
Uma autoridade israelita, que falou aos meios de comunicação social sob anonimato, esclareceu que se tratam dos nove reféns ainda vivos, que devem ser libertados nos 42 dias da primeira fase do cessar-fogo, segundo o acordo alcançado.
Pouco depois do anúncio, o Exército israelita disse ter mobilizado tropas e reservistas adicionais para a fronteira sul, perto de Gaza, "em preparação para vários cenários".
Depois de anunciar o possível atraso da troca de reféns no sábado, o Hamas disse logo a seguir que "a porta permaneceria aberta" desde que Israel cumprisse os prazos e requisitos acordados.