
O Governo israelita indicou hoje que o objetivo dos ataques ao Irão "não é a mudança de regime, mas pode ser a consequência", dando o exemplo do que aconteceu em dezembro passado na Síria.
Em conferência de imprensa com meios de comunicação social internacionais, o porta-voz do executivo, David Mencer, sustentou que o povo iraniano é "vítima do regime" de Teerão e não um inimigo de Israel.
“Agora têm a oportunidade de ultrapassar o medo que o regime iraniano lhes incutiu, porque acreditamos que o regime iraniano teme mais o seu próprio povo do que Israel”, afirmou.
As declarações do porta-voz vêm no mesmo sentido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que no domingo referiu que a ofensiva contra o Irão "não terminará em breve nem durará muito", mas apenas quando as metas de Israel forem alcançadas.
Israel atacou o Irão em 13 de junho, com a justificação de que a República Islâmica estava prestes a obter uma arma nuclear, o que é refutado por Teerão.
Desde então os dois países têm executado ataques cruzados contra os dois territórios, provocando centenas de mortos e feridos civis, mas também altos oficiais das forças iranianas e cientistas do programa nuclear.
Na madrugada de domingo, os Estados Unidos bombardearam instalações nucleares do Irão, que acusou Washington de destruir o diálogo pela diplomacia.
Washington indicou hoje que o Presidente norte-americano está "ainda interessado" numa solução diplomática com o Irão, depois de Donald Trump se ter referido no domingo a uma "mudança de regime" em Teerão.
"Se o regime iraniano se recusa a envolver-se numa solução diplomática e pacífica, na qual o Presidente [dos Estados Unidos] continua interessado, por que razão não retira o povo iraniano o poder a este regime incrivelmente violento que o reprime há décadas?", questionou Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca.