
O secretário de Estado da Proteção Civil afirmou hoje que o Governo está a fazer o necessário para garantir a disponibilidade de 76 meios aéreos, insistindo que o contributo destes para apagar incêndios depende das características dos fogos.
"Nós estamos a fazer todas as diligências que sejam necessárias para garantir o efetivo de 76 meios aéreos que estão previstos", assegurou Rui Rocha, à saída de uma reunião com o conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), na sede da associação, em Lisboa.
O governante acrescentou que, a partir de 01 de agosto, vão estar disponíveis 72 meios aéreos, depois de a Força Aérea Portuguesa ter recorrido a um ajuste direto para contratar duas aeronaves e assim contornar um concurso para cinco que ficara deserto.
Considerando que a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, foi mal-interpretada na terça-feira ao referir que é irrelevante o número de meios aéreos disponíveis, Rui Rocha reiterou que a eficácia destes depende das características dos fogos em curso.
"Os meios aéreos são essenciais, como é evidente. Se assim não fosse, ninguém perceberia porque é que temos tantos meios aéreos. O que relevava ontem a senhora ministra (...) é que, em determinados teatros de operações, os meios aéreos dão um contributo importante, mas não resolvem todas as circunstâncias", sustentou.
O presidente da LBP corroborou que "há teatros de operações em que não vale a pena" as autoridades recorrerem a meios aéreos, porque estes nada resolvem.
"Os meios aéreos são só uma forma de tranquilidade para as populações, porque veem um meio aéreo e julgam que (...) estão mais protegidos. Não é verdade", defendeu António Nunes, lembrando que atualmente os incêndios têm "elevada dinâmica, completamente diferente de há 10 anos", e mais velocidade e potencial de queima.
"Tão importante quanto um meio aéreo, e de que pouco se fala, são as máquinas de rastos. As máquinas de rastos, organizadas com os meios aéreos e com os meios terrestres, são ferramentas fundamentais. Somos capazes de progredir, por exemplo, para as frentes de fogo", disse.
O presidente da LBP propõe, por isso, que exista uma estratégia conjunta de combate aos fogos, delineada por bombeiros, bem como a capacidade de informar autarcas e populações sobre quais serão os meios utilizados em cada incêndio, porquê e em que momento da progressão das chamas.