O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, que mantém políticas de aproximação a Moscovo, disse esta segunda-feira que a integração do país na União Europeia é uma "prioridade" de Tbilisi.

"A nossa principal prioridade em matéria de política externa é, evidentemente, a integração europeia", declarou Kobakhidze aos jornalistas, afirmando que "espera que as relações" com Bruxelas sejam reavivadas após as fortes tensões registadas nos últimos meses.

"Tudo será feito para garantir que a Geórgia esteja totalmente integrada na UE até 2030", garantiu Kobakhidze.

O Governo georgiano afirma querer melhorar as relações com a União Europeia, mas é acusado pela oposição de manter uma postura de aproximação a Moscovo.

As declarações do primeiro-ministro ocorrem em plena crise política com a oposição, que defende abertamente a integração na União Europeia, a convocar manifestações para denunciar o resultado das eleições legislativas.

Para a oposição, o resultado eleitoral foi "alterado" pelo partido no poder, com a presidente do país pró-europeísta, Salome Zurabishvili, a referir-se a uma "operação russa".

De acordo com os resultados parciais anunciados pela comissão eleitoral, o partido no poder desde 2012 na antiga república soviética do Cáucaso obteve 54,08% dos votos no domingo, contra 37,58% dos votos alcançados pela coligação que defende a adesão à União Europeia.

"Somos testemunhas e vítimas de uma operação especial russa, uma forma moderna de guerra híbrida contra o povo georgiano", declarou a Presidente Salome Zurabishvili, que cortou relações com o governo, sem especificar as alegações.

A oposição acusa o partido no poder de aproximar a Geórgia de Moscovo e de afastar o país de uma eventual adesão à União Europeia e à NATO, dois objetivos consagrados na sua Constituição.

Em plena crise política o primeiro-ministro húngaro é esperado na Geórgia para uma visita oficial de dois dias tendo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmado que Viktor Orban "não representa a União Europeia".

Orban "vai hoje à Geórgia (...) sem dúvida para mostrar o apoio ao governo georgiano", disse Borrell em entrevista à Radio Nacional de Espanha (RN).

Mas "independentemente do que Orban diga durante a visita, ele não representa a União Europeia", frisou.