Em declarações à rádio France Inter, Jean-Noël Barrot defendeu que há certas sanções que dificultam a recuperação da Síria, enquanto outras, sendo de outra natureza, devem manter-se.

"Há as sanções que visaram Bashar al-Assad e os algozes do seu regime, estas sanções obviamente não têm intenção de serem levantadas. Depois, há outras que hoje dificultam o acesso à ajuda humanitária, o que impede a recuperação do país e estas poderiam ser levantadas rapidamente", considerou.

Na terça-feira, também a Alemanha tornou público que é favorável a um alívio de algumas das sanções impostas pela União Europeia (UE) à Síria.

Um mês após a queda do regime de Bashar Al-Assad, o governo alemão enviou aos serviços da chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, um pedido sobre o alívio das sanções, com vista a uma primeira discussão sobre o assunto na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da EU no próximo dia 27, em Bruxelas, afirmaram fontes diplomáticas, citadas pela agência France Presse.

Entre várias hipóteses levantadas, Berlim enumerou o facilitar transações financeiras com as novas autoridades sírias ou transferir capitais privados, nomeadamente de refugiados sírios, para o estrangeiro.

A UE impôs sanções à Síria que visavam "o regime de Assad e os seus apoiantes", além de afetar setores como o financeiro.

Após 13 anos de guerra, grupos armados liderados pelos radicais islâmicos da Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe) tomaram a capital síria, Damasco, a 08 de dezembro e depuseram o presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.

O governo de transição está a pressionar para o levantamento das sanções internacionais contra o país, mas muitas capitais, incluindo Washington, afirmaram esperar para ver como as novas autoridades exercem o seu poder antes de levantarem as restrições.

Os Estados Unidos aliviaram na segunda-feira algumas restrições ao Governo de transição da Síria para permitir a entrada de ajuda humanitária, depois da queda do ex-Presidente sírio Bashar Assad.

O Departamento do Tesouro emitiu uma licença geral, com a duração de seis meses, que autoriza determinadas transações com o Governo sírio, incluindo vendas de energia, quando o país enfrenta cortes críticos de eletricidade.

Esta medida das autoridades de Washington não levanta as sanções à Síria, um país devastado por mais de uma década de guerra civil, mas indica uma demonstração limitada de apoio ao novo executivo de transição, liderado pelos rebeldes que afastaram Bashar al-Assad.

 

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