Segundo o balanço feito pela organização não-governamental (ONG) sediada no Reino Unido e com uma vasta rede de contactos no terreno, estas pessoas foram mortas em 67 atos registados principalmente no oeste da Síria, e entre as vítimas contam-se "mulheres e crianças".

"A situação de segurança começou a deteriorar-se rapidamente, houve um aumento acentuado na frequência dos assassínios aleatórios e das execuções extrajudiciais, que em muitas zonas se tornaram um espetáculo diário", denunciou a organização.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), as províncias centrais de Hama e Homs "foram testemunhas da maior parte destes crimes", uma vez que essas demarcações administrativas são agora "focos de violência e insegurança".

Tais atos ocorreram também nas regiões costeiras de Latakia e Tartus, onde prevalece "uma ausência quase total de autoridade judicial e uma crescente influência de grupos armados rivais", indicou o OSDH, sem identificar os grupos.

Perante este cenário, o Observatório apelou às novas autoridades sírias para que "intensifiquem os seus esforços para restaurar a estabilidade, controlar o agravamento do estado de caos e pôr imediatamente termo aos crimes que ameaçam a paz civil".

Insistiu igualmente em que todas as operações para deter membros do antigo regime de Assad ou de fações armadas "assentem em provas claras e documentadas, com ordens judiciais oficiais que garantam o respeito dos direitos das pessoas e as protejam de abusos".

A este respeito, alertou para o perigo de indivíduos desconhecidos se fazerem passar por membros do Comando de Operações Militares - o braço armado da coligação rebelde islamita que derrubou Assad - com o objetivo de cometer crimes e violações dos direitos humanos.

As novas forças de segurança da Síria lançaram em diversos pontos do país várias campanhas de detenção de criminosos e membros do antigo regime, operações nas quais o OSDH denunciou que houve práticas de abuso e até de tortura.

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