
A prática regular de exercício físico está associada a múltiplos benefícios para a saúde, sendo esta relação amplamente reconhecida e indiscutível. Trata-se de uma das principais estratégias para garantir uma vida mais longa e com maior qualidade.
As pessoas fisicamente mais ativas têm uma menor probabilidade de desenvolver diversas doenças, entre as quais se destacam as cardiovasculares, respiratórias, neurológicas, psiquiátricas, metabólicas, músculo-esqueléticas, oncológicas, entre outras. É difícil encontrar um medicamento que ofereça simultaneamente benefícios para tantos órgãos ou sistemas! É, por isso, fundamental encararmos o exercício físico como parte integrante da prevenção e do tratamento destas patologias.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos países desenvolvidos, sendo responsáveis, em Portugal, por cerca de 30% dos óbitos anuais. Neste sentido, a implementação de estratégias para reduzir o impacto clínico e socioeconómico das doenças cardiovasculares é essencial. A adoção de um estilo de vida mais saudável, baseado no exercício físico e numa alimentação equilibrada, constitui a base dessas estratégias.
Os benefícios cardiovasculares do exercício físico são evidentes tanto na prevenção como no controlo de vários fatores de risco, como a diabetes, a hipertensão arterial, a obesidade e o colesterol elevado. Além disso, o exercício contribui para a redução de eventos clínicos graves, como o enfarte agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral. Para além das vantagens na prevenção primária, é possível iniciar ou continuar a prática regular de exercício após a ocorrência destes eventos. Neste caso, o exercício deve fazer parte de um programa de reabilitação cardíaca, tendo por base uma prescrição personalizada e adaptada ao risco de cada doente. A questão não é se uma pessoa pode ou não praticar exercício físico, mas sim qual o tipo de exercício que pode realizar.
Tal como acontece em qualquer tratamento médico, para maximizar os benefícios do exercício físico, é fundamental que a sua prescrição seja adequada. Na prevenção cardiovascular, o programa ideal deve, de forma geral, combinar treino aeróbio e de força, para usufruir das vantagens complementares destes dois tipos de exercício.
Embora qualquer tipo e quantidade de exercício seja sempre melhor do que a inatividade física ou o sedentarismo, existem vários fatores que devem ser considerados na sua prescrição. Entre eles, destacam-se os antecedentes clínicos, os hábitos prévios de prática desportiva e o nível de exercício ou os objetivos pretendidos. Por esse motivo, a avaliação clínica pré-competitiva e regular é fundamental, garantindo que o exercício físico seja realizado em segurança, potenciando os seus benefícios e minimizando os riscos associados. Em suma, nunca é tarde para incluir o exercício físico na nossa rotina e com isso melhorar a nossa saúde.
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