O ensaio de Israel para a atuação na segunda semifinal do Festival Eurovisão, que é transmitida esta quinta (15) a partir das 20h, foi interrompido "por seis pessoas, incluindo uma família, com bandeiras de grande dimensão e apitos", dá conta um comunicado de imprensa da União Europeia de Radiodifusão (UER). Esclarecem ainda que “o pessoal da segurança conseguiu identificar rapidamente os envolvidos e escoltá-los para fora do recinto”.

O ensaio, aberto ao público e com bilhetes pagos, decorria esta tarde sem sobressaltos até Yuval Raphael, a participante escolhida pela televisão israelita, ter sido obrigada a parar, devido ao ruído de vaias e apitos provenientes do público. Foi também mostrada, junto ao palco, uma bandeira da Palestina, proibida no evento.

O uso de apitos terá sido uma estratégia para conseguir furar o ‘bloqueio sonoro’ imposto pela estação televisiva suíça que este ano é anfitriã do evento e que, por prevenção, removeu das atuações o som proveniente do público. No ano passado, na Suécia, a atuação da cantora Eden Golan, a representante israelita foi apupada e isso foi audível na transmissão.

A participação de Israel no certame foi bastante contestada, tendo mais de 70 artistas, incluindo o português Salvador Sobral, assinado uma petição para a retirada da nação judaica do evento. Acusam a emissora israelita KAN de ser “cúmplice do genocídio contra os palestinianos em Gaza”. A carta aponta ainda o dedo à UER por ter “dois pesos e duas medidas”, tendo em conta que a Rússia tem estado afastada do evento desde 2022, após a invasão da Ucrânia.

“Acreditamos no poder unificador da música, e é por isso que nos recusamos a permitir que seja utilizada como ferramenta para encobrir crimes contra a humanidade”, sublinham.

Organização quer manter “ambiente neutral”

Na nota enviada esta tarde às redações, a organização agradece “a todos os artistas, delegações, pessoal, fãs e convidados, incluindo muitas crianças, que têm feito do Festival Eurovisão da Canção 2025 uma experiência única”.

Sublinham ainda estarem comprometidos em oferecer um “ambiente neutral, seguro, inclusivo e respeitoso” no concurso musical pan-europeu.