O Elevador da Glória, um dos principais pontos turísticos de Lisboa, descarrilou ao final da tarde de quarta-feira. O último balanço das autoridades aponta para 15 mortos e 23 feridos (pelo menos cinco em estado grave). Mas este não é o primeiro acidente que o envolve.

No dia 7 de maio de 2018, o famoso ascensor já tinha descarrilado, não tendo, na altura, provocado vítimas. Ainda assim, obrigou a que o mesmo ficasse inoperacional durante cerca de um mês.

Na altura, a carruagem não tombou, saiu apenas dos carris e ficou assente nas pedras da calçada, mas havia já quem antevisse o pior. António Carloto, membro da APAC (Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro), dizia ao jornal Público:

"Descarrilou e desta vez não houve consequências. Da próxima poderá não ser assim. É claro que houve aqui incúria. "

À data, a empresa não comunicou o acidente nem respondeu às perguntas do jornal diário, mas a responsável pela Carris, Inês Andrade, dizia à Time Out que o acidente se devera a uma “anomalia técnica” e que os veículos voltariam a circular no dia 11 de junho, garantindo que ficariam “em perfeitas condições de segurança e funcionamento para os próximos dois anos”.

A partir daí, a Carris antecipou a manutenção geral do elevador que estava prevista para breve. Os sinais de falta de manutenção eram visíveis a olho nu com a parte saliente das rodas dos vagões, que encaixam no carril e evitam o descarrilamento, desgastada. Este desgaste terá levado, segundo o jornal, a que os rodados do ascensor saltassem para fora dos carris.

A Câmara Municipal de Lisboa, nesse ano sob o mandato de Fernando Medina, não adiantou à data esclarecimentos sobre o ocorrido.

O ascensor da Glória foi inaugurado em 1885 e liga a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto. Em 1926 a exploração deste símbolo passou da Companhia de Ascensores Mechanicos de Lisboa para a Companhia de Carris de Ferro de Lisboa.