
O Alojamento Local tem tido peso cada vez mais representativo no alojamento turístico na Madeira, sobretudo os AL com menos de 10 camas. E o mês de Maio de 2025 é exemplo disso, com dormidas a tingirem quase 8%, mas sem os pequenos AL seria de 3,3%, uma diferença de cerca de 4,5 pontos percentuais, dependendo se os dados são analisados do ponto de vista completo por parte da DREM ou se parcial por parte do INE.
Nesse mês deram entrada nos estabelecimentos turísticos um total de 235,7 mil hóspedes, os quais geraram 1.152,7 mil (1,15 milhão) dormidas, traduzindo variações homólogas positivas de 8,4% e 7,8%, respectivamente", informa a DREM. "O segmento da hotelaria concentrou 67,0% das dormidas de Maio de 2025 (771,8 mil), crescendo 3,3% em termos homólogos, enquanto o alojamento local (30,6% do total) e o turismo no espaço rural (2,4% do total) subiram 19,3% e 6,8%, pela mesma ordem", dá conta a autoridade estatística regional.
Contudo, "para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas, sendo que, segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico registaram um crescimento de 3,3% relativamente a Maio de 2024", ainda assim uma "variação superior à verificada a nível nacional (+1,3%)", onde as duas principais regiões turísticas, Lisboa (-0,7%) e Algarve (-3,1%) foram as únicas a diminuir nas dormidas, influenciando números modestos para variar.
"Em Maio de 2025, os maiores aumentos nas dormidas ocorreram no Norte (+6,6%) e no Centro (+5,6%). As regiões do Algarve e da Grande Lisboa apresentaram decréscimos (-3,1% e -0,7%, respetivamente). O Algarve concentrou 25,8% do total de dormidas, seguindo-se a Grande Lisboa (24,1%)", ou seja, praticamente metade das dormidas.
"A taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico na Região, no mês em referência, foi de 72,3%, +0,6 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no mês homólogo (71,7%). Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 82,6% (81,7% em Maio de 2024)", acrescenta a Direção Regional de Estatística da Madeira. No mês de Maio de 2025, acrescenta, "a estada média no conjunto do alojamento turístico fixou-se em 4,44 noites (4,48 noites em Maio de 2024). Os valores mais elevados continuam a ser observados na hotelaria (4,56 noites) e no alojamento local (4,28 noites), seguidos pelo turismo no espaço local, que apresenta a estada média mais baixa, com 3,48 noites". Significa que se tivessem uma estada média parecida com os restantes segmentos, o peso do AL seria bem maior, hoje 3 em cada 7 dormidas.
"Nos primeiros cinco meses de 2025, os hóspedes entrados no total do alojamento turístico da Região totalizaram 934,1 mil, o que representa um crescimento de 7,8% face ao período homólogo", refere ainda a DREM. "Também as dormidas registaram um acréscimo, aumentando 8,3% em comparação com o mesmo período de 2024, ultrapassando os 4,8 milhões".
Por mercados, grandes destaque para o nacional. "De realçar que os 10 principais mercados emissores representaram 82,9% do total das dormidas registadas em maio de 2025. Destacaram-se, com um peso superior, a Alemanha (18,3% do total; -4,5% que em Maio de 2024) e Portugal (17,4% do total; +45,7%), que ocupou, novamente, a 2.ª posição neste ranking, ultrapassando o Reino Unido", afirma. "Importa salientar que estes resultados poderão ter sido influenciados pelo efeito da Festa da Flor, celebrada em Maio, a qual contribui para a atração de um elevado número de hóspedes nacionais. O mercado britânico concentrou 15,8% do total de dormidas, registando um aumento de 1,0% face a Maio de 2024. Na quarta posição, em termos de peso relativo no total de dormidas, encontra-se o mercado francês (10,0% do total; -10,1%), seguido pelo mercado polaco (5,8% do total; +20,8%)", tendo estes trocado de posição.
Há ainda nota o facto de, em termos acumulados, de Janeiro a Maio de 2025, "os dois principais mercados emissores registaram variações homólogas nas dormidas em sentidos opostos: o mercado alemão registou um aumento de 1,0%, enquanto o mercado britânico apresentou uma quebra de 1,5%. Já o mercado de residentes em Portugal (terceiro principal mercado) apresentou uma variação positiva, mais significativa, de 35,2%, para o referido período", sustentando assim o turismo em alta.

Por tudo isto, em termos financeiros, as coisas continuam a correr bem. "Em Maio de 2025, os proveitos totais e os proveitos de aposento registaram crescimentos homólogos de 21,1% e 21,3%, respectivamente, fixando-se, pela mesma ordem, em 85,2 milhões de euros e 61,1 milhões de euros. No total do País, no mesmo mês, os proveitos totais também registaram uma variação homóloga positiva (+8,7%), tal como os proveitos de aposento, que evidenciaram um crescimento de 8,9%", destaca a DREM. "Em termos acumulados, as variações, na Região, foram de +21,0% e +22,7%, respectivamente, totalizando, de Janeiro a Maio de 2025, os 322,0 milhões de euros, no caso dos proveitos totais, e os 230,3 milhões de euros, no que se refere aos proveitos de aposento".
Esta evolução dos proveitos de quase 3 vezes a evolução dos hóspedes e dormidas tem uma explicação na valorização do preço cobrado por noite. "No mês de Maio de 2025, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) rondou os 108,13 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +18,5% que no mesmo mês do ano precedente. Por sua vez, o rendimento médio por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico passou de 111,74€, em Maio de 2024, para 130,89€, em Maio de 2025 (+17,1% de variação homóloga)", justifica.
Por fim, acrescenta, de Janeiro a Maio de 2025, "o RevPAR no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local com menos de 10 camas) situou-se nos 86,11 euros, representando um aumento de 21,0% face ao período homólogo. No sector da hotelaria, o RevPAR foi de 92,23 euros, correspondendo a uma subida de 22,1%. Quanto ao ADR, os valores foram superiores, fixando-se nos 114,62 euros no conjunto do alojamento turístico (+17,4% em relação ao período homólogo) e nos 117,86 euros na hotelaria (+17,8%)", conclui.