
O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, é ouvido esta quarta-feira no Parlamento a propósito dos dados sobre criminalidade em Portugal.
Luís Neves vai responder às perguntas dos deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na sequência de um requerimento da Iniciativa Liberal, que quer "esclarecimentos sobre o real estado da criminalidade em Portugal".
Esta audição foi pedida depois de o diretor nacional da PJ ter dito, durante a conferência sobre os 160 anos do Diário de Notícias que aconteceu no passado mês de janeiro, que o sentimento de insegurança é gerado pela desinformação e que não se confirma.
Em relação às detenções, Luís Neves esclareceu que, atualmente, o crime mais comum é o de furto simples e qualificado, seguido da violência doméstica, recusando a ideia de que os estrangeiros sejam responsáveis por níveis relevantes de criminalidade.
"Em 2009 tínhamos 631 estrangeiros" num universo de 400 mil imigrantes e no ano passado, perante mais de um milhão de estrangeiros residentes em Portugal, o "rácio de detidos é o segundo mais baixo" desde que há este tipo de contabilidade, explicou.
Olhando para os detidos em Portugal, Luís Neves salientou que, excluindo os oriundos de países europeus, africanos e latino-americanos - que estão relacionados com crimes que nada têm a ver com imigrantes -, os valores são muito baixos.
Nas prisões portuguesas há 120 pessoas de países asiáticos num universo de mais de 10 mil reclusos, explicou.
"Qualquer número de crime é um número preocupante e é um número que nos faz a todos pensar quais são os melhores modelos para mitigarmos" a criminalidade, em particular a criminalidade violenta, salientou ainda.