A Alemanha deportou hoje dezenas de cidadãos afegãos, a segunda vez desde que os Talibã voltaram ao poder e a primeira desde que o novo governo alemão tomou posse e prometeu uma postura mais dura sobre migrantes.

O Ministério do Interior alemão informou que um voo descolou hoje com 81 afegãos a bordo, todos homens que terão chamado a atenção das autoridades judiciais.

Em comunicado, o Ministério afirmou que a deportação foi realizada com a ajuda do Catar e que o governo pretende deportar mais pessoas para o Afeganistão no futuro.

Há mais de 10 meses, o governo anterior da Alemanha deportou cidadãos afegãos para sua terra natal pela primeira vez desde que os Talibã retornaram ao poder em 2021.

O então chanceler Olaf Scholz prometeu intensificar as deportações de requerentes de asilo.

Entretanto, o novo chanceler Friedrich Merz implementou política migratória mais rigorosa, medida que foi um ponto central da campanha para as eleições alemãs em fevereiro.

Logo após tomar posse, no início de maio, o governo posicionou mais policias na fronteira e informou que alguns requerentes de asilo que tentassem entrar na maior economia da Europa seriam rejeitados.

O governo também suspendeu as reuniões familiares de muitos migrantes.

O voo descolou horas antes do encontro agendado pelo ministro do Interior alemão, Alexander Dobrindt, com responsáveis de cinco países vizinhos -- França, Polónia, Áustria, Dinamarca e Chéquia --, bem como com o comissário da União Europeia responsável pela migração, Magnus Brunner.

Dobrindt organizou a reunião para discutir a migração no Zugspitze, o ponto mais alto da Alemanha, na fronteira com a Áustria.