O presidente do Conselho Europeu disse hoje estar "desiludido com a Rússia" por não se empenhar nas negociações de cessar-fogo na Ucrânia, quando a União Europeia prepara novo pacote de "severas sanções".

"Uma paz justa e duradoura na Ucrânia é urgente e estou profundamente desiludido por a Rússia não estar a colaborar com os esforços do Presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky para alcançar essa paz. Enquanto o Presidente Zelensky já concordou com um cessar-fogo incondicional, a Rússia não só não concorda, como está a aumentar a intensidade da sua agressão contra a Ucrânia", disse António Costa.

No início de uma reunião com Volodymyr Zelensky, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte, António Costa prometeu que a União Europeia (UE) vai continuar a "dar total apoio à Ucrânia e a manter a pressão sobre a Rússia através de sanções, estando já em preparação o 18.º pacote de sanções".

Quando a Ucrânia detém, desde meados de 2022, o estatuto de país candidato à UE, o antigo primeiro-ministro português indicou que estar "entusiasmado com o futuro comum com a Ucrânia como membro pleno da União Europeia".

"Fico muito satisfeito com a avaliação recente da Comissão Europeia sobre o impressionante trabalho da Ucrânia na implementação de reformas em condições tão difíceis. Sem dúvida, foram alcançadas as condições para avançar nas negociações em curso para a adesão à União Europeia", referiu ainda.

Ao seu lado, Ursula von der Leyen assegurou apoio comunitário à "sobrevivência da Ucrânia".

Para a líder do executivo comunitário, também é "essencial manter a pressão sobre o Presidente [russo, Vladimir] Putin para que se sente à mesa das negociações e se envolva seriamente num processo para uma paz justa e duradoura".

"Por isso, o 18.º pacote de sanções é duro, é severo", garantiu Ursula von der Leyen.

A cidade holandesa de Haia acolhe, hoje e na quarta-feira, a cimeira da NATO, prevendo-se novo compromisso entre os 32 países aliados para gastarem mais em defesa face à instabilidade geopolítica mundial.

Numa altura de contínua guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e de fortes tensões no Médio Oriente, esta reunião de líderes e de ministros da NATO vai servir para debater os acontecimentos mundiais e o impacto na segurança euro-atlântica, com os aliados a preparem-se para a guerra sem esperar que esta realmente ocorra.

É a primeira reunião de alto nível da NATO do Presidente norte-americano, Donald Trump, desde que iniciou o segundo mandato na Casa Branca, no princípio deste ano.

Os Estados Unidos são o principal fornecedor de armamento que a Ucrânia utiliza para tentar repelir a invasão russa, além de mediarem as negociações de paz.

Esta noite, Trump vai participar num jantar oferecido pelos reis dos Países Baixos, no qual estará presente o Presidente da Ucrânia.

Na manhã de quarta-feira, o ponto principal da cimeira é uma sessão de cerca de três horas com os 32 líderes da NATO - Donald Trump incluído -, na qual se deverá abordar a situação no Médio Oriente e na Ucrânia.

Portugal vai estar representado na cimeira de Haia pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Paulo Rangel e Nuno Melo, respetivamente.